O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro lançou, nesta terça-feira (12), um portal com dados sobre o sistema penitenciário do Estado. A partir deste raio-x, o TJ-RJ pretende elaborar políticas públicas criminais e carcerárias. Dos 51.007 presos do Rio, 96% são homens, e 59% têm entre 18 e 29 anos.
“Essa é uma faixa de juventude, de produção, de trabalho, de mão de obra perdida. Uma parte seria potencialmente de jovens aprendizes que estão presos. Outro dado importante é que 80% dos adolescentes apreendidos hoje no Rio de Janeiro abandonaram a escola antes do crime. Existe uma evasão escolar que leva ao ato infracional”, destacou a juíza Raquel Chrispino, integrante do Grupo de Monitoramento e Fiscalização (GMF).
Leia também: Brasil tem a 3ª maior população carcerária do mundo, com 726.712 mil presos
‘Reage, Rio!’: É preciso pensar na ressocialização de presos, diz Rafael Estrela
O presidente do TJ-RJ, Milton Fernandes, parabenizou a todos que atuaram na construção do portal. “Trata-se de um trabalho de excelência realizado por pessoas comprometidas, nem sempre com ideias convergentes, mas sempre destinadas ao resultado comum, da transparência, disponibilizando todas as informações. Isso vai permitir o Poder Judiciário progredir.”
O coordenador do GMF, desembargador Marcus Henrique Basílio, acredita que o portal vai contribuir para a meta de redução da população carcerária.
“Dados divulgados recentemente do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) apontam o Brasil em terceiro lugar em número de pessoas encarceradas. Temos procurado criar metas para tentar reduzir esse número. Com o lançamento do portal poderemos traçar planos para, finalmente, reduzir esse número absurdo de encarceramento.”
O procurador-geral da Justiça do estado, Eduardo Gussem, que participou do lançamento, destacou as vantagens proporcionadas pela ferramenta.
“Estou maravilhado. Esse portal é a oportunidade que temos para solucionar e dar um salto de qualidade através da tecnologia. Essa ferramenta propicia informações fabulosas, permitindo o desenvolvimento de políticas públicas em relação ao sistema carcerário”, afirmou.
Idealizadora e coordenadora do programa Justiça Cidadã, a desembargadora Cristina Gaulia ressaltou que o portal vai contribuir para o resgate da dignidade do homem e da mulher encarcerada.
Clique aqui para acessar os dados do Portal do GMF do Sistema Carcerário do Estado.
(Com informações do TJ-RJ)