O curso “Organização Criminal Mafiosa e Lavagem de Dinheiro”, realizado na Università Degli Studi di Palermo, na Sicília (Itália), conta com a participação de juízes do Rio de Janeiro. Na aula desta quarta-feira (12), o grupo, formado também por magistrados de Estados brasileiros, conheceu o juiz Leonardo Guarnotta, da equipe que condenou líderes e subalternos da Cosa Nostra, a temida máfia siciliana.
Guarnotta participou do Pool Antimáfia junto com os magistrados Antonino Caponnetto, Giovanni Falcone, Paolo Borsellino e Giuseppe di Lello. O time de magistrados trabalhou exclusivamente nos processos contra as quadrilhas mafiosas na Itália. O grupo foi criado após o assassinato do general do Exército Carlo Alberto dalla Chiesa, em 1982, morto pela Cosa Nostra apenas cem dias depois de assumir a chefia de polícia da Sicília.
O resultado do trabalho do grupo ficou conhecido como Maxiprocesso, em que 474 membros da Máfia italiana siciliana responderam na Justiça por extorsão, tráficos de drogas, assassinato e outras acusações. O julgamento começou em fevereiro de 1986 e terminou em dezembro de 1987. Ao fim, 338 foram condenados a penas que somaram 2.665 anos de prisão, 19 à prisão perpétua e 117 foram absolvidos.
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A juíza Juliana Barros, da 2ª Vara Criminal de Itaboraí, é uma das alunas do curso. “Decidi participar para extrair experiências acerca do combate ao crime organizado, especialmente no que tange às medidas empregadas, que possam ser reproduzidas e adequadas ao ordenamento jurídico pátrio”, explicou ela.
A realização do curso voltado à máfia é importante, para ela, pela troca de experiências com que enfrentou essas situações de modo eficaz por conta da “crescente realidade atual enfrentada nas varas criminais, com organizações criminosas dotadas de estruturas cada vez mais complexas”.
As aulas, organizadas pelo desembargador federal Ney Bello Filho, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), ocorrerão até sexta-feira (14). O curso é promovido pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) – por meio da Escola Superior do Ministério Público (ESMP) – e pela Ajufer (Associação dos Juízes Federais da 1ª Região), em parceria com a universidade italiana.
*Com informações de O Globo e Superinteressante