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O desembargador Alcides da Fonseca Neto manteve a prisão da estudante de odontologia Nathiely da Silva do Nascimento, de 20 anos, neste domingo (22). Ela foi presa em flagrante quando se passava por médica no Hospital Miguel Couto, no Leblon, na Zona Sul do Rio, na quinta-feira (19).
O magistrado converteu a prisão de flagrante para preventiva ao entender que os fatos imputados a Nathiely são tipificados como crimes graves, já que nos autos constam depoimento de uma médica diretora do Miguel Couto dando conta de que existiam informes de que uma “falsa” médica estaria atendendo no local.
“Ao ser abordada, teria apresentado diversas razões para justificar o porquê de estar ali, sendo certo que estava de jaleco branco. Num primeiro momento teria dito que estaria sem o crachá e que seria acadêmica de medicina. Depois teria afirmado que aguardaria um médico. Por fim, teria apresentado a indigitada carteira, que seria falsa. Ato contínuo, teria dito que teria transferido sua faculdade de odontologia para medicina, mas ainda não cursaria. Todos esses fatos revelam a gravidade em concreto do ocorrido para justificar a prisão da indiciada, ainda mais porque se destacam indicativos de reiteração da prática delitiva quando os informes recebidos pela diretoria geral do Miguel Couto datariam de junho de 2021”, escreveu.
Estetóscópio, crachá e rotina de médica nas redes sociais
Nathiely da Silva do Nascimento foi presa na quinta-feira (19), quando estava sentada na cantina do Miguel Couto e foi abordada pela diretora da unidade. Nervosa, ela apresentou uma carteira de estudante de medicina e disse que estava se transferindo de uma faculdade de odontologia, o que depois se mostrou falso.
A diretora chamou a polícia, e Nathiely foi levada pela PM para a 12ª DP (Copacabana) e autuada em flagrante por crime de uso de documento falso. Com ela foram apreendidos o crachá falso, um documento de auxiliar de saúde bucal, um carimbo, um jaleco branco e um pijama hospitalar.
Nas redes sociais, Nathiely mostrava detalhes de uma rotina médica, com fotos em plantões, usando jaleco e estetoscópio — mas tudo era uma farsa, segundo a polícia. Ela já tinha sido objeto de investigação do Hospital Miguel Couto. A polícia ainda investiga se ela se passava por funcionária do hospital ou por terceirizada.
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