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A Justiça do Rio decidiu autorizar o andamento das investigações contra o empresário Alexandre Ferreira Santini, sócio do senador Flávio Bolsonaro em uma franquia de chocolates, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
De acordo com o Ministério Público do RJ, o empresário atuaria como “laranja”, utilizando-se da loja para “lavar” o dinheiro dos supostos desvios e repassá-lo ao parlamentar, com lucros desproporcionais em relação às receitas da empresa.
Por meio de nota, a defesa do senador Flávio Bolsonaro informou o seguinte: “Após dois anos de intensas investigações, as autoridades do Rio têm prova que jamais houve o depósito de um único real nas contas de Flávio Bolsonaro. Como não encontraram indícios contra Flávio. Numa forma transversa vão pra cima de uma loja e de terceiros, q não tem nada a ver com o gabinete do deputado na Alerj”.
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Rachadinhas
O senador Flávio Bolsonaro é investigado no processo das chamadas “rachadinhas” realizadas em seu gabinete quando era deputado estadual do Rio de Janeiro. O senador é apontado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) como chefe de uma organização criminosa durante o seu mandato na Assembleia Legislativa do Rio.
Em dezembro de 2019, os advogados do empresário Alexandre Santini entraram com uma ação pedindo que se anulasse uma decisão que determinou a busca e apreensão em seu apartamento, além de considerar nula a quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.
O pedido foi acatado, em parte, no dia 21 de janeiro pelo então relator, o desembargador Antônio Carlos Amado do Nascimento, que paralisou as investigações até que se tivesse uma decisão dos desembargadores da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio.
Em fevereiro, a desembargadora Suimei Cavalieri tornou-se a nova relatora do processo. No dia 11 de março, Suimei suspendeu as investigações para que os outros integrantes da Câmara Criminal analisassem o processo e julgassem o mérito do assunto.
Doze dias depois, em 23 de março, Suimei reviu a sua própria decisão e liberou as investigações contra o senador Flavio Bolsonaro. E no dia 27 de março, ela considerou que não havia motivo para que o empresário Alexandre Santini também não fosse investigado.
“A suspensão da investigação e das medidas cautelares em relação ao paciente (empresário) não merece persistir, porque os elementos indicados na parte que se refere especificamente ao paciente mostram que a decisão vergastada está, sem dúvida, respaldada em fatos concretos e específicos, não se mostrando ilegal, arbitrária ou fruto de conduta autoritária”.