* G1
O juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, do 3º Tribunal do Júri da Capital, decretou nesta quarta-feira (27) a prisão preventiva de Rogério Avelino da Silva, conhecido como Rogério 157, um dos pivôs da guerra do tráfico na Rocinha. O criminoso já estava foragido e o Disque Denúncia oferece recompensa de R$ 50 mil por informações que levam à prisão.
Segundo a Justiça, ele e outros quatro criminosos, incluindo Ivan da Silva Martins, o Ivanzinho, que mais novo atuou no filme “Cidade de Deus”, atiraram contra 11 policiais militares em 23 de julho no Vidigal. No tiroteio, o PM Hudson Silva de Araújo morreu.
Ivanzinho foi preso três dias após o crime, quando se entregou. À polícia, ele admitiu que estava no Vidigal na hora do confronto de traficantes e policiais, mas negou ter participado da troca de tiros. Além dele e de Rogério 157, tiveram a prisão decretada pelo crime de homicídio qualificado Alan Francisco da Silva (Bilan), Michael Ferreira de Souza (Rabicó) e Horácio Ferreira do Nascimento (Orelhinha).
De acordo com os autos processuais, a quadrilha é responsável pelos atos violentos ocorridos nos últimos dias na favela da Rocinha e em outros pontos da cidade.
“O perfil violento, em especial destes denunciados, e a certeza de impunidade dos integrantes do tráfico da localidade onde ocorreram os fatos têm levado a pratica deste tipo de conduta corriqueiramente no nosso Estado. Estes acusados, liderados, pelo menos os indícios sugerem, pelo acusado de vulgo “Rogerinho 157” são os responsáveis pelo atual clima de terror na comunidade da Rocinha, travando guerra sangrenta responsável pela intervenção das tropas federais no estado”, relatou o juiz em sua decisão.
Rogério 157 participou da invasão ao Hotel InterContinental em agosto de 2010, quando um grupo de traficantes da Rocinha entrou em confronto com a polícia em São Conrado, após serem surpreendidos quando voltavam de baile funk.
Rival em presídio federal
Também nesta quarta, outro juiz, Rafael Estrela, da Vara de Execuções Penais (VEP), disse em entrevista à CBN que deve decidir, no início de outubro, sobre o pedido para que Antônio Francisco Lopes Bonfim, o Nem da Rocinha, permaneça no presídio federal de Porto Velho (RO).
Antigo aliado, Nem é hoje inimigo mortal do grupo de Rogério 157. As duas dissidências da mesma facção disputam o controle do tráfico de drogas na Rocinha. A guerra deixou moradores no fogo cruzado e levou o Governo do Estado a solicitar ajuda das Forças Armadas.
Desde sexta (22), 950 homens de Exército, Marinha e Aeronáutica fazem um cerco na comunidade, que conta uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e com operações quase diárias das tropas de elite da Polícia Militar. A suspeita principal é a de que os criminosos tenham fugido pela mata para outras favelas dominadas pelo tráfico ou que ainda estejam escondidos na floresta, dentro do Parque Nacional da Tijuca.
Fonte: G1