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A Justiça do Rio converteu nesta segunda-feira (3) a prisão temporária em preventiva dos quatro brasileiros envolvidos na briga que terminou com a morte do turista argentino Matias Carena, na madrugada do dia 26. Apenas um deles, Pedro Henrique Marciano, está preso pela morte de Carena; os outros três estão foragidos. Em sua decisão, o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira (foto) caracterizou a atitude dos suspeitos como “banal”.
“Verifica-se, pelos indícios colhidos nesta brilhante investigação, especialmente nos depoimentos das testemunhas […] uma postura de total banalização com o ser humano”, comenta.
O magistrado afirma ainda que a prisão preventiva se faz necessária diante da conduta e frieza dos suspeitos e do fato de que todos fugiram do local do crime. “As condutas imputadas aos acusados pelo Dr. Delegado e seus Agentes através das diligências colhidas demonstram desenvoltura e frieza na execução do crime submetido a este Tribunal. […] Além do mais, todos os acusados, já conscientes da extensão das suas condutas trataram de evadir-se do distrito da culpa”, escreveu Abrahão, que completa: “A prisão, estou convicto, se faz necessária também, concretamente falando, para garantir a futura aplicação da lei penal”.
Alexandre Abrahão ressalta também que a imagem do Rio de Janeiro foi manchada pelo episódio. “A ação, praticada em local de intenso movimento turístico, criou verdadeiro incidente internacional e colocou em risco as já combalidas finanças do estado, eis que essa postura transviada ganhou repercussão mundial”, afirmou o juiz.
Pedro Henrique Marciano, conhecido como PH, foi preso no último sábado (1º). Os três amigos que estavam com ele são procurados: Júlio Cesar Oliveira Godinho; Valterson Ferreira Cantuária, o Toddy Cantuária, ex-integrante do grupo de pagode Karametade; e Thiago Noroes Lessa Silva, conhecido como Kadu Lessa.
Esbarrão deu início à briga
O delegado Fábio Cardoso, chefe da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio, disse ao Fantástico que a briga que terminou com a morte do turista foi iniciada com um esbarrão na saída da boate em Ipanema. O crime foi na madrugada do dia 26 e quatro brasileiros tiveram a prisão decretada – três estão foragidos e um foi preso.
“Quando o grupo de argentinos saiu, tava indo embora, eles passaram por parte desse grupo de brasileiros e aí encostaram um no outro. E ali começou a discussão, os brasileiros começaram a ofender, xingar os argentinos que não concordaram, ficaram indignados (…) O Matias foi o que mais se indignou com as ofensas que tava sofrendo, as ameaças que tava sofrendo. Mas, em seguida, ele passou a não querer brigar mais”, explicou o delegado.
Fonte: G1