AMAERJ | 04 de outubro de 2021 16:26

Júri seleciona cinco reportagens para a final do AMAERJ Patrícia Acioli

Jornalistas Sergio Torres, Chico Santos e Karine Rodrigues

Reunidos durante quase 90 minutos na manhã desta segunda-feira (4), os três jurados da categoria Reportagens Jornalísticas do 10º Prêmio AMAERJ Patrícia Acioli de Direitos Humanos definiram os cinco trabalhos finalistas.

A categoria Reportagens Jornalísticas reuniu 122 inscrições. A qualidade dos trabalhos empolgou os jurados. “Esta foi a mais difícil escolha dos últimos cinco anos. Reportagens de ótima qualidade, infelizmente, acabaram fora da seleção final”, disse o jornalista Sergio Torres, jurado da categoria desde 2017.

A jornalista Karine Rodrigues, que estreou no júri do AMAERJ Patrícia Acioli, celebrou a experiência. “A oportunidade de ler e assistir a tantas reportagens de alto nível me engrandece como pessoa e como jornalista”, comentou.

Para o jurado Chico Santos, jornalista há cinco décadas e veterano em júris, este foi o mais difícil de que participou. “A ampla gama de assuntos relacionados aos direitos humanos e a excelência dos trabalhos dificultaram muito a nossa tarefa. Mas acho que, apesar de nem todos serem contemplados, a justiça foi feita”, afirmou.

Por ordem alfabética, estão classificados para a premiação as seguintes inscrições:

“Da tortura à loucura: ditadura internou 24 presos políticos em manicômios”
Levantamento inédito do portal “UOL” descobriu 24 casos de presos políticos internados pela ditadura militar brasileira em manicômios. Pelo menos 22 foram submetidos antes a torturas em prisões comuns. A reportagem revela um novo capítulo sobre a violação de direitos humanos pela ditadura militar. São autores a jornalista Amanda Rossi e equipe.

“Hanseníase: internação à força e filhos separados dos pais”
A reportagem do portal “Projeto Colabora” mostra que, durante quatro décadas, a política de combate à hanseníase no Brasil consistia em internar portadores da doença à força e separá-los da família, inclusive dos filhos recém-nascidos. Na matéria jornalística, sobreviventes lembram as dores da separação e filhos cobram reparação do Estado na Justiça. São autores a jornalista Leticia Lopes e equipe.

“Inocentes Presos”
Publicada pelo jornal “Folha de S.Paulo” e pelo portal UOL, a série de reportagens traz um diagnóstico inédito dos motivos das prisões injustas no país, resultado de mais de um ano de apurações. O material destrinchou uma centena de casos, agrupando-os em categorias e contando as histórias de cada um dos injustiçados. São autores o jornalista Artur Rodrigues e equipe.

“O Estado arma o crime”
A série de reportagens, publicada ao longo de dois meses pelos jornais “O Globo” e “Extra”, mostrou de forma inédita como armas e munições de forças de segurança são desviados para o crime no Brasil. O jornalista Rafael Soares é o autor.

“Ouro do sangue yanomami”
O especial divulgado pelos portais Amazônia Real e Repórter Brasil revela o funcionamento da cadeia de extração ilegal de ouro na Terra Indígena Yanomami (TIY), em Roraima. Foram quatro meses de investigação que resultaram em revelações sobre o esquema criminoso, que ganhou novas proporções durante o governo do presidente Jair Bolsonaro. São autores a jornalista Kátia Brasil e equipe.

Prêmio

Os vencedores serão conhecidos em 8 de novembro, na cerimônia de premiação. Os primeiros lugares de Práticas Humanísticas, Reportagens Jornalísticas e Trabalhos Acadêmicos receberão, cada um, R$ 15 mil; os segundos, R$ 10 mil; os terceiros, R$ 5 mil.

Os três primeiros colocados ganharão troféus. Os demais finalistas serão homenageados com Menções Honrosas. Na categoria Trabalhos dos Magistrados, os três primeiros colocados receberão troféus, sem premiação em dinheiro.

O Troféu Hors Concours será destinado, post mortem, à juíza Viviane Vieira do Amaral, vítima de feminicídio às vésperas do Natal de 2020.

Criado em 2012, o AMAERJ Patrícia Acioli de Direitos Humanos é um prêmio que celebra a memória da juíza Patrícia Acioli. Titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, ela foi morta em 2011, em Niterói, por policiais militares.

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