O Juizado de Violência Contra a Mulher de Nova Friburgo registrou, neste ano, 3.183 processos até outubro. Os números foram debatidos no seminário “Gênero, Violência e Feminicídio”, na sexta-feira (17), no fórum da cidade, na Região Serrana do Rio. Participaram do evento os juízes Adriana Ramos de Mello, Rodrigo Rocha de Jesus e Samara Freitas Cesario.
O evento foi promovido pelo Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero da EMERJ (Escola da Magistratura). A juíza Adriana Ramos de Mello (presidente do Fórum Permanente) considera muito importante debater o tema violência de gênero na região.
“Grande parte dos crimes como feminicídio acontecem no interior. A Região Serrana tem um alto índice de violência e é fundamental debater esse tema com juízes, servidores e com a comunidade da região”, ressaltou a juíza.
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A 12ª edição do Dossiê Mulher, divulgada em agosto deste ano pelo Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (INSP), revelou que ex-companheiros, conhecidos ou vizinhos foram os responsáveis por 68% da violência psicológica e 38% da violência sexual sofrida por mulheres no estado do Rio de Janeiro, em 2016.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, a taxa de feminicídio é a quinta maior do mundo – 4,8 para 100 mil mulheres. O Mapa da Violência de 2015 apontou que, entre 1980 e 2013, mais de 106 mil pessoas morreram por sua condição de mulher.
Autora do livro “Feminicídio – Uma análise sociojurídica da violência contra a mulher”, Adriana Ramos de Mello disse que é necessário um conjunto articulado de ações da União, dos Estados e dos Municípios e de organizações não-governamentais para desenvolver políticas públicas que possam coibir a violência doméstica.
(Com informações da EMERJ)