A presidente da AMAERJ e vice-presidente Institucional da AMB, Renata Gil, exaltou o trabalho da magistratura fluminense no combate à criminalidade, na sexta-feira (16), em palestra no 2º Fonajuc (Fórum Nacional de Juízes Criminais), em Brasília. “Os juízes do Rio de Janeiro fazem um trabalho silencioso e fundamental para a sociedade, são abnegados e enfrentam o crime organizado”, disse.
Renata Gil ressaltou que o maior número de magistrados ameaçados no Brasil está no Rio. “Vivem diariamente com escolta policial e atuam firmemente em defesa da população e contra os criminosos em cada sentença. Os juízes fazem as inspeções nos presídios e, apesar das condições insalubres e da superpopulação carcerária, conseguem controlar muito bem a questão da entre as facções criminosas. Esse é um trabalho que precisa ser ressaltado.”
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Juíza criminal há 20 anos, ela também mostrou aos magistrados de todo o País as práticas pioneiras implantadas no TJ-RJ, como a CAC (Central de Assessoramento Criminal) e as CEAC’S (Centrais de Audiências de Custódia).
“No Rio de Janeiro, as centrais de custódia têm um formato diferente de outros Estados. Os nossos juízes se deslocam para fazer as audiências nos próprios presídios, garantindo mais agilidade nas audiências e segurança para a sociedade”, destacou.
Participaram do painel a juíza Carolina Rossi (São Paulo) e a magistrada aposentada do Rio Denise Frossard, destaque na atuação contra as organizações criminosas do Estado.
“A minha colega Denise Frossard é uma referência e ícone para os juízes criminais. No momento em que o Rio de Janeiro ainda não tinha enfrentado de verdade o crime organizado, Denise teve toda a coragem em expor seu rosto e trabalho, sem estrutura, para de forma muito bem-sucedida coroar o trabalho no Judiciário há 24 anos”, afirmou a presidente da AMAERJ.
O corregedor nacional de Justiça, João Otávio de Noronha, também acompanhou a palestra. Para Renata Gil, a reunião de todos os juízes criminais do País é essencial, principalmente no grave momento da segurança pública no País. “Uma vereadora foi morta no Rio de Janeiro e debater questões como impunidade é fundamental. Há um esforço bastante firme da magistratura brasileira para encontrar as soluções e devolver a resposta que a sociedade precisa.”
Renata Gil terminou a sua exposição citando uma frase do escritor americano Jeffrey Robinson:
“Enquanto vivermos num mundo onde uma filosofia de soberania do século XII é reforçada por um modelo judiciário do século XVIII, defendido por um conceito de combate ao crime do século XIX que ainda está tentando chegar a um acordo com a tecnologia do século XX, o século XXI pertencerá aos criminosos.”