Em entrevista à GloboNews, a juíza Katherine Jatahy (auxiliar da Vara da Infância e Juventude da Capital) comentou o aumento na quantidade de denúncias de feminicídio e tentativa de feminicídio ao Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher do governo federal. Segundo dados do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, houve aumento de 120% nas ligações sobre morte de mulheres pela condição feminina e de 156% nas sobre tentativas de feminicídio em 2018.
Veja a reportagem aqui. O canal recebeu denúncias de mortes de 24 mulheres em 2017 e 53 em 2018. Os números de ligações sobre tentativas de feminicídios são maiores: 2.749 ligações em 2017 e 7.036 em 2018.
A magistrada, integrante da Coem (Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJ-RJ), explicou que os dados oficiais podem não demonstrar a realidade. “A tipificação do crime de feminicídio passou a existir a partir de 2015. As estatísticas são recentes e, talvez, não reflitam a realidade. Não que não existissem antes, mas não eram nomeados”, explicou Katherine.
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Segundo a juíza, o mapeamento dos casos de feminicídio também auxilia a criação de políticas de combate e que esse aumento pode significar a conscientização das mulheres.
O TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) alcançou recordes nos casos de violência contra a mulher no ano passado: foram concedidas 21.759 medidas protetivas de urgência, número maior que 2015. A quantidade de novas ações judiciais chegou a 111.391 entre janeiro e novembro de 2018, menor apenas que o registrado em 2014 (112.396).