No seminário “Fato e Fake. A Verdade, a Mentira e a Perplexidade”, nesta quinta-feira (27), o jornalista Eugênio Bucci alertou para as consequências das informações falsas. “A política se qualifica quando discute opiniões sobre fatos. Por causa das tecnologias digitais, há uma usina industrial de fabricação das fraudes informativas. Isso vem minando algumas bases da democracia porque impede o contato da política com fatos materiais. A opinião pública fica sequestrada pelo embate entre fundamentalismos”, afirmou ele, na EMERJ (Escola da Magistratura do Rio).
Promovido pelo Fórum Permanente de Mídia e Novas Tecnologias da Informação da EMERJ, o evento foi aberto pelo desembargador Fernando Foch. “Como distinguir o que é falso do que é verdadeiro? Nós temos condições de fazer essa distinção?”, perguntou o magistrado.
Leia também: EMERJ celebra os 30 anos da Constituição Federal
TRE-RJ aprova resolução sobre audiências de custódia para as Eleições 2018
CNJ abre inscrições para o 1º Seminário Bacenjud
Eugênio Bucci destacou que a desinformação na política compromete resultados. “Um dos exemplos mais citados foi a eleição do presidente Donald Trump, nos Estados Unidos. Quando o que está em jogo são informações da República, daquilo que é de todos, a mentira traz consequências desastrosas.”
A jornalista Cristina Tardáguila ressaltou que é preciso ficar atento para não cair nas armadilhas dos compartilhamentos de falsas notícias, principalmente em redes sociais. “Há uma série de dicas para não deixar que nossos gostos, crenças e desejos nos empurrem para aquele compartilhamento imediato da informação que dialoga com os nossos instintos, não com a nossa razão”, disse.
Fundadora da agência Lupa, que oferece artigos checados para veículos de comunicação, Cristina deu algumas dicas. “O primeiro passo é duvidar em excesso. A partir de então, verificar se o título da postagem se reflete no corpo do texto, checar a data da postagem para não repetir notícia velha, verificar a autoria da informação e observar se os dados estão atrelados a fontes confiáveis.”
Também participaram do encontro o desembargador Wagner Cinelli e o procurador de Justiça Kleber Couto.
(Com informações da EMERJ)