Justiça Eleitoral | 26 de maio de 2020 15:53

Em posse na presidência do TSE, Barroso defende mais diálogo

Novos presidente e vice do TSE, Barroso e Fachin se cumprimentam | Foto: Roberto Jayme/TSE

O ministro Luís Roberto Barroso assumiu a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), nesta segunda-feira (25), em cerimônia virtual. Ele defendeu o diálogo entre as instituições e o fortalecimento da democracia. “Precisamos de denominadores comuns e patrióticos. Pontes, e não muros. Diálogo, em vez de confronto. Razão pública no lugar das paixões extremadas”, afirmou.

Barroso sucedeu a ministra Rosa Weber. Com mandato até 28 de fevereiro de 2022, caberá a ele a condução da Corte durante as eleições municipais de 2020 e a preparação do pleito de 2022. O vice-presidente é o ministro Luiz Edson Fachin.

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Barroso fez uma defesa institucional em seu discurso. O ataque destrutivo às instituições, relembrou Barroso, “a pretexto de salvá-las, depurá-las ou expurgá-las, já nos trouxe duas longas ditaduras na República”.

“Um país sem presos políticos, sem exilados, sem violência contra os adversários. Democracia não é o regime político do consenso, mas aquele em que o dissenso é legítimo, civilizado e absorvido institucionalmente. Quem pensa diferente de mim não é meu inimigo, mas meu parceiro na construção de um mundo plural. A democracia tem lugar para conservadores, liberais e progressistas. Nela só não há lugar para a intolerância, a desonestidade e a violência”, disse.

Luís Roberto Barroso discursa em cerimônia | Foto: Abdias Pinheiro/ASCOM/TSE

O ministro comemorou o “reinado da Constituição”. “A educação, mais que tudo, não pode ser capturada pela mediocridade, pela grosseria e por visões pré-iluministas do mundo. Precisamos armar o povo com educação, cultura e ciência”, ressaltou.

Gestão

Barroso abordou os três tópicos que serão cruciais em relação à política em sua gestão: voto consciente, atrair jovens para a política e o empoderamento feminino. Ao citar as preocupações da Justiça Eleitoral com as fake news e campanhas de desinformação, o ministro atacou o que chamou de “atuação pervertida de milícias digitais, que disseminam o ódio e a radicalização”.

“São terroristas virtuais que utilizam como tática a violência moral, em lugar de participarem do debate de ideias de maneira limpa e construtiva”, afirmou. Ele defendeu a imprensa profissional e as empresas de verificação de fatos e afirmou que a Justiça Eleitoral vai se empenhar em informar e conscientizar as pessoas.

Eleições

Sobre as eleições programadas para outubro, o ministro disse que estará em interlocução direta com o Congresso Nacional e adiantou que, em conversas preliminares com os presidentes das Casas Legislativas, percebeu que já há alinhamento em torno de premissas básicas.

Plenário do TSE | Foto: Roberto Jayme/ASCOM/TSE

Segundo Barroso, as eleições só serão adiadas em caso de impossibilidade de fazê-las por risco para a saúde pública. Caso haja adiamento, deverá ser pelo prazo mínimo inevitável.

Em relação à prorrogação de mandatos, mesmo que por prazo mínimo, o ministro disse que deverá ser evitada e afirmou que o cancelamento das eleições municipais, para fazê-las coincidir com as eleições nacionais em 2022, “não é uma hipótese sequer cogitada”.

Autoridades

Por causa da pandemia do coronavírus, a posse aconteceu sem plateia presencial. Além dos novos presidentes e vices, estavam no plenário do TSE os ministros Rosa Weber, ex-presidente da Corte, e Luis Felipe Salomão, do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Todos respeitaram o distanciamento de dois metros entre eles.

Ministros Fachin, Weber, Barroso e Salomão | Foto: Roberto Jayme/ASCOM/TSE

Participaram da solenidade em mesa composta virtualmente os presidentes Jair Bolsonaro (República), Davi Alcolumbre (Senado), Rodrigo Maia (Câmara dos Deputados) e Luiz Fux (Supremo Tribunal Federal, em exercício) e o procurador-geral da República, Augusto Aras.

Além deles, também participaram os ministros do TSE Og Fernandes, Tarcisio Vieira e Sergio Banhos e o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Felipe Santa Cruz.

Autoridades acompanharam a posse por videoconferência | Foto: Abdias Pinheiro/ASCOM/TSE