O cardiologista Fabrício Braga, diretor médico do Laboratório de Perfomance Humana (LPH), fez a palestra do 6º Encontro Estadual dos Magistrados. Ele falou sobre as doenças cardiovasculares nas profissões jurídicas e destacou a necessidade dos desembargadores e juízes terem hábitos saudáveis e fazerem acompanhamento médico e atividade física.
“As decisões que tomamos ao longo da via nos fazem ter maior ou menor probabilidade de desenvolver doenças cardíacas. As doenças cardiovasculares são a principal causa de internação e óbito. Os maiores fatores de risco são pressão alta, diabetes, colesterol alto, tabagismo, sedentarismo e, ganhando mais importância agora, ansiedade e depressão, que interferem na ocorrência dos outros. Este ponto é uma preocupação da medicina com os profissionais jurídicos”, disse o médico.
Fabrício Braga afirmou que há dois fatores preocupantes para os profissionais do Direito: sedentarismo e ansiedade. “A profissão de vocês está entre as profissões no mundo que permanecem mais tempo sentado. Quanto mais tempo eu fico parado, mais eu preciso de exercício. Outro aspecto importante que emerge como grande fator de risco é a questão relacionada à saúde mental. Hoje a ansiedade é a principal causa de incapacidade para o trabalho no mundo, mais que todas as doenças físicas.”
O cardiologista alertou para a grande ligação entre a questão de saúde mental, como depressão e ansiedade, e eventos cardiovasculares, como infarte do miocárdio e AVC. “O exercício é extremamente benéfico para a saúde mental e física. Exercício na depressão tem um efeito comparável ao medicamento. Exercício supervisionado reduz os sintomas de depressão”, frisou.
“Um psiquiatra americano escreveu em um artigo que o bem-estar dos juízes é crucial para a eficácia do sistema Judiciário. Os juízes enfrentam altos níveis de estresse, risco de burnout e outras pressões emocionais, afetando sua saúde mental e física. Ele destaca a necessidade de apoio e políticas de bem-estar para garantir que juízes possam desempenhar suas funções de forma eficaz e sustentável, para assegurar um Judiciário forte e resiliente”, disse Fabrício Braga.
Ele ressaltou ser fundamental a atividade física e o acompanhamento médico realizado pela Mútua dos Magistrados. “Adotar hábitos saudáveis, como dieta balanceada e práticas de redução de estresse, é crucial para a prevenção de problemas de saúde mental e cardiovascular. A triagem regular e o acompanhamento da saúde mental e cardiovascular, como tem feito a Mútua, são essenciais para detectar precocemente e gerenciar riscos. A prática regular de exercícios físicos melhora significativamente a saúde mental e cardiorrespiratória.”
A presidente da AMAERJ, juíza Eunice Haddad, lembrou que o Laboratório de Perfomance Humana tem convênio com a Mútua. A magistrada destacou a relevância da prevenção.
A desembargadora Katya Monnerat, presidente do Conselho da AMAERJ e diretora da Mútua, acentuou a importância do Centro de Treinamento e Reabilitação Física da Mútua e da realização de check-ups.
O desembargador João Ziraldo Maia afirmou que o estresse é inerente à carreira da Magistratura. “Todos nós sofremos pressões por resultados. Acho que a primeira instância é ainda mais tensa. Na segunda instância temos o colegiado, dividimos um pouco as responsabilidades e atenções. A primeira instância é aquilo que os militares chamam de solidão do comando. Você sozinho que decide. Ultimamente não temos perdido ninguém por questões cardíacas. O trabalho da Mútua se mostrou muito bom, com os exames prévios. Muito importante participarmos dos programas da Mútua.”
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