*O Globo
Ao fazer um balanço preliminar do segundo turno das eleições após o encerramento da votação, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), desembargador Elton Leme, informou que 22 pessoas foram presas ao longo do dia e 538 urnas substituídas em todo o estado. Os votos já estão em fase final de transmissão. Com as abstenções na faixa de 20%, mesma média do primeiro turno, o desembargador reitera que os congestionamentos não prejudicaram a votação.
“No primeiro turno tivemos mais prisões por boca de urna e hoje apenas duas ocorrências. Porém, esse total de 22 prisões é algo a se lamentar. Mostra uma intransigência e ânimos exaltados. A maior parte das prisões está relacionada a casos de pessoas que tentaram atrapalhar e tumultuar a seção eleitoral ou impedir o voto. Registramos cinco violações de sigilo de voto, pessoas que tirar fotos e postaram nas redes sociais. Mas a conclusão dos trabalhos foi muito boa. Estamos aguardando a transmissão final e recebimento desses votos”, disse Leme.
Com relação a denúncias de fraude, o desembargador disse que a maioria tem a ver com confusões feitas por eleitores e mesários na hora de assinar o livro. Em São Gonçalo houve uma denúncia de suspeita de fraude em que o eleitor chegou para votar e no livro constava que já tinha votado.
“No primeiro turno houve confusão de eleitor assinar no lugar de outro. Ao invés de assinar embaixo assina no lugar do outro. Isso costuma acontecer com eleitores que não tem biometria. Para cada caso se recomenda uma solução. São Gonçalo é um dos locais de votação que teve mais problemas no primeiro turno e fizemos muitas recomendações. É um local mais sensível por diversos pontos, inclusive sob ponto de vista da segurança”, destacou Leme.
Um levantamento preliminar feito pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) apontava que pelo menos 42 ocorrências policiais neste segundo turno por irregularidades nas eleições em todo estado. A procuradoria recebeu 400 relatos de irregularidades ao longo do dia.
Segundo a procuradora Regional Eleitoral Neide Oliveira, que fez um balanço das atividades do MPF durante o dia de votação em todo o estado, foram relatadas 10 ocorrências eleitorais pela Polícia Federal e 32 pela Polícia Militar com condução para delegacias. Assim como o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), ela disse que checou todas as denúncias e não houve nenhuma blitz.
“Das ocorrências da Polícia Federal, pelo menos uma pessoa ficou presa e as outras nove foram liberadas. Já sobre as ocorrências da Polícia Militar, não recebemos os detalhes. Dos 400 relatos irregularidades que recebemos ao longo do dia, a maioria se tratava de fotos da urna, falta de transporte, bloqueios de via e boca de urna. Mas esse número representa muita duplicidade. Recebemos denúncias de bliz causando congestionamento na Avenida Brasil e a PM negou essa prática. Havia viaturas baseadas ao longo das vias porém não houve blitz. Da mesma forma na Ponte Rio-Niterói. Recebemos várias ocorrências nesse sentido ao longo do dia e trocamos informações no gabinete de segurança e o coronel respondeu que não havia”, disse.
A procuradora destacou que as eleições transcorreram de forma tranquila, sem fila, e que desde quarta-feira, quando o MPF publicou nota sobre assédio eleitoral, a procuradoria recebeu 14 denúncias sobre o tema.