*O Globo
Documentos apreendidos pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na Operação Calígula, que teve início há cerca de três meses, indicam um possível esquema de corrupção envolvendo delegacias e batalhões do Rio. Em duas planilhas é possível ver pagamentos de propina que somam R$ 756.580.
O valor mais alto foi destinado ao 18ºBPM (Jacarepaguá): R$ 29.500, seguido do 32ºBPM (Macaé): R$ 25 mil. O total de dinheiro distribuído em 20 unidades policiais somam R$ 129 mil. Entre elas, estão a Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) e Delegacia de Homicídios.
Na decisão, o juiz Bruno Monteiro Rulière ressaltou ainda que as planilhas são de anos anteriores e que não estão relacionadas às atuais gestões de delegacias e batalhões de polícia.
No documento também há detalhes que mostram gastos com segurança, despesas operacionais, cestas básicas, hospital, entre outro. O maior valor é de R$ 167 mil, destinado à segurança, que vem seguido do chamado “filho amigo”: R$ 150 mil. Segundo a Justiça, os pagamentos têm indícios de serem direcionados ao controle de jogos de azar.
Em nota, a Polícia Civil informou que solicitou acesso às investigações referentes aos fatos ocorridos e “aguarda o envio dos documentos para andamento aos processos administrativos necessários”.
A Polícia Militar ressaltou que a Corregedoria Geral “vem prestando integral apoio no processo investigatório liderado pelo MPRJ”.
A Operação Calígula descobriu uma rede de proteção composta por policiais civis e militares para manter bingos clandestinos abertos pelo bicheiro Rogério de Andrade e pelo sargento da PM reformado Ronnie Lessa – acusado dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Na casa da delegada Adriana Belém, uma das envolvidas, foram apreendidos quase R$ 2 milhões em espécie.
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