Judiciário na Mídia Hoje | 02 de agosto de 2018 16:20

Desembargadores determinam indenização a sobrevivente de Massacre de Realengo

Estátuas homenageiam as vítimas do massacre | Foto: Divulgação

Os desembargadores da 5ª Câmara Cível do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) determinaram o pagamento de indenização, de R$ 30 mil, a uma aluna que presenciou o Massacre de Realengo. À época do crime, ocorrido na Escola Municipal Tasso da Silveira em 2011, a jovem tinha 14 anos e estava na sala de aula quando o assassino atirou contra os alunos. 

De acordo com o relato da vítima e o depoimento de outros estudantes, Wellington Menezes chegou a apontar a arma para sua cabeça, mas o disparo falhou por falta de munição. O atirador matou 11 crianças.

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Relatora do caso, a desembargadora Claudia Telles de Menezes afirmou que a escola municipal falhou no dever de proteger os alunos. A ausência de cautelas necessárias e falhas na fiscalização permitiram que Wellington transitasse sem restrições nas dependências da escola. A magistrada também comentou sobre os traumas causados pelo episódio.

“Ademais, não se discute que o fato de a autora ter presenciado o assassinato de diversos alunos, incluindo algumas amigas, certamente é capaz de causar abalo psicológico intenso, especialmente, a uma menor que, na época, contava com quatorze anos de idade”, disse a magistrada na decisão.

Relembre o caso

O atirador, identificado como Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, entrou na escola municipal na manhã do dia 7 de abril de 2011. Ele atirou contra alunos em salas de aula lotadas, foi atingido por um policial e se suicidou. O crime foi por volta das 8h30.

Segundo o diretor do hospital para onde as vítimas foram levadas, 11 crianças morreram (10 meninas e 1 menino) e 13 ficaram feridas (10 meninas e 3 meninos). As crianças tinham idades entre 12 e 14 anos.

Wellington Menezes de Oliveira era ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira e não tinha antecedentes criminais. A polícia informou na época que ele portava dois revólveres calibre 38 e equipamento para recarregar rapidamente a arma.

Segundo testemunhas, Wellington baleou duas pessoas ainda do lado de fora da escola e entrou no colégio dizendo que faria uma palestra.

Fonte: G1