A desembargadora Suely Lopes Magalhães (8ª Câmara Criminal do TJ-RJ) foi homenageada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), nesta quinta-feira (8), Dia Internacional de Mulher. Presidente da COEM (Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJ), ela recebeu o “Diploma Mulher Cidadã Leolinda de Figueiredo Daltro”.
O Diploma é destinado a agraciar mulheres que, no Estado do Rio de Janeiro, tenham oferecido contribuição relevante à defesa dos direitos da mulher e questões do gênero. Suely Lopes Magalhães é desembargadora do TJ-RJ há 15 anos e já foi presidente da Comissão Judiciária de Articulação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do TJ (CEJEM).
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A desembargadora Suely destacou o empenho e os projetos da Justiça fluminense para garantir os direitos das mulheres. “Estou muito orgulhosa pela homenagem, que é também um reconhecimento de toda a luta do Tribunal de Justiça. Com a COEM estamos fazendo um trabalho profícuo ao proteger e defender as mulheres. Esse prêmio é nosso, compartilho com todas as mulheres”, afirmou em seu discurso.
A homenagem foi feita pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Casa, que é presidida pela deputada Enfermeira Rejane (PC do B). “Apesar de sermos maioria na sociedade, não ocupamos espaços de poder. O nosso objetivo não é só entregar um diploma e um buquê de flores, mas chamar a atenção para essas lutas, porque as mulheres continuam a morrer simplesmente por serem mulheres”, afirmou a deputada.
Participaram da sessão solene no Plenário Barbosa Lima Sobrinho, no Palácio Tiradentes, a desembargadora Elisabete Filizzola (1ª vice-presidente do TJ-RJ) e a juíza Adriana Ramos de Mello (titular do 1° Juizado de Violência Doméstica e Familiar da Capital).
“Podemos chegar aonde quisermos. Temos poder, garra, educação para conquistarmos nosso espaço e nos tornarmos exemplos para que outras possam fazer o mesmo caminho. Esse é um dia para celebrar nossas conquistas e parabenizo a desembargadora Suely pela carreira na luta pelos direitos das mulheres”, disse Elisabete Filizzola.
Outras nove mulheres também foram homenageadas: Maria Inês Pandeló (ex-deputada), Clátia Vieira (coordenadora executiva do Fórum Nacional de Mulheres Negras), Fabrícia Siqueira (técnica jurídica do CIAM Baixada), Kátia Damiana Lobo (ativista na causa da mulher há 30 anos), Maria Latgé Kwamme (ativista política há 50 anos), Orlinda de Moraes (policial e coautora do Dossiê Mulher ISP/SESEG), Terezinha Ruade (fundadora do Movimento Articulado de Mulheres e Amigas de Saquarema), Márcia Barreto (diretora da Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher) e Kênia de Souza (presidente da Associação de Nanismo do Rio).
Leolinda de Figueiredo Daltro
Natural da Bahia, a educadora Leolinda Daltro trabalhou com grupos indígenas em Goiás. Precursora do movimento feminista no Brasil, fundou, em dezembro de 1910, no Rio de Janeiro, o Partido Republicano Feminino, depois que a Justiça negou seu pedido de alistamento eleitoral. Também foi a responsável pela mobilização, em novembro de 1917, que reuniu quase cem mulheres, em marcha pelas ruas do Rio de Janeiro pelo direito ao voto.
A rebeldia de Leolinda e de suas companheiras chamou a atenção da imprensa, provocou polêmica e deu visibilidade à condição feminina no Brasil. Ela foi a primeira feminista candidata às eleições municipais, em 1919.
(Com informações da Alerj e do TJ-RJ)