Notícias | 05 de dezembro de 2016 16:35

‘Desafio é resgatar o papel da EMERJ no cenário nacional’, diz Ricardo Cardozo

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O desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, 60 anos, foi eleito, nesta segunda-feira (5), com 100 votos, o diretor-geral da EMERJ (Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro) no biênio 2017-2018. Magistrado há 28 anos, ele pretende tornar a escola mais dinâmica. “O desafio é resgatar o papel da EMERJ. Meu slogan é ‘Por uma nova EMERJ’, aproximando-a do juiz.”

A votação foi decidida em segundo escrutínio, pois nenhum candidato alcançou mais da metade dos votos no primeiro (Cardozo 77 votos, Edson Aguiar 60 e Fábio Dutra 30).

Cardozo é desembargador desde 2003 e membro do Órgão Especial. Ele é o atual presidente da COMAQ (Comissão de Políticas Institucionais para Eficiência Operacional e Qualidade dos Serviços Judiciais).

Confira abaixo a entrevista da AMAERJ com o desembargador:

AMAERJ – Como avalia a importância da EMERJ para a formação e atualização dos juízes?
A EMERJ é de suma importância para a formação e atualização. Mas ela tem de estar próxima do magistrado. Pretendo adotar medidas que tornem a EMERJ próxima do magistrado mediante consultas aos juízes e desembargadores sobre os cursos que eles mais necessitam.

AMAERJ – Quais os principais desafios da próxima gestão?
Meu slogan é “Por uma nova EMERJ”. O desafio é resgatar o papel da Escola da Magistratura do Estado do Rio no cenário nacional. Ela é considerada a mais importante escola judicial do Brasil, mas esse papel tem que ser consolidado sempre para que aqueles que virão possam usufruir desse legado que estamos deixando para eles. E reavaliar a EMERJ, tornando-a dinâmica, aproximando-a do juiz.

AMAERJ – Quais suas principais propostas?
A EMERJ tem que ser a escola do juiz e do desembargador. Pretendo torná-la próxima. Rever alguns programas da EMERJ para atualizá-la naquilo que nós precisamos e chamar o magistrado a indicar o que ele necessita. Promover cursos de media training para colocar ao magistrado – hoje tão próximo da mídia – como ele pode se portar no relacionamento com a mídia. Outra proposta é renovar a imagem da EMERJ, atualizando e modernizando. Reavaliar os fóruns de debate, temos que fazer um rearranjo desses fóruns. E tornar a EMERJ imparcial em relação a ideologias. A EMERJ tem que construir um fórum de debate de ideias e de atualização, mas não pode se ater a uma ideologia em determinada área para tentar favorecer certas ideias aos juízes. Isso eu pretendo rever porque me parece um clamor que tenho observado quando converso com juízes e desembargadores.

AMAERJ – Histórico no TJ-RJ
Sou magistrado há quase 30 anos. Hoje sou o 30º magistrado mais antigo em todo o Estado do Rio de Janeiro. Isso me capacita muito a essa pretensão de estar à frente da EMERJ, até pela experiência não só na judicatura, mas também no magistério. Fui um dos primeiros professores a dar aula na EMERJ, quando ela ainda não tinha nem sede, funcionava no campus da UERJ. Fui juiz criminal, fazendário, cível, de família, e isso me ajuda muito a saber o que é necessário. Mais recentemente, como presidente da COMAQ (Comissão de Políticas Institucionais para Eficiência Operacional e Qualidade dos Serviços Judiciais), fiquei muito próximo da magistratura de 1º grau. Hoje, posso dizer, sem falsa modéstia, que conheço a magistratura de 1º grau e sei o que eles precisam, para consolidar os seus conhecimentos e trazer para eles um novo padrão de atualização que se espera da EMERJ.