Notícias | 17 de novembro de 2015 17:41

Debate na Emerj discute atuação das mulheres na defesa ambiental

Mulher e meio ambiente. Sustentabilidade e movimentos feministas. Conceitos que estão intimamente ligados e que foram tratados no encontro “Mulher e sustentabilidade”, realizado na Emerj, nesta segunda-feira (16). Na reunião, a principal questão apontada pelos palestrantes foi o papel das mulheres na causa ambientalista e a participação feminina majoritária no desenvolvimento sustentável. Para a juíza auxiliar da presidência do TJ-RJ Adriana Ramos de Mello, existem pontos evidentes de interseção entre as causas da mulher e do meio ambiente, como o desrespeito, a violência, a degradação e a violação dos direitos humanos. A magistrada considera que são necessários muitos esforços e dedicação na luta pelas causas.

“São dois temas difíceis de serem defendidos, mesmo ainda aqui no Poder Judiciário. Mas estamos conseguindo”, afirmou a juíza, que mostrou preocupação com o momento de retrocesso em relação aos direitos das mulheres pelo qual passa o país.

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O diretor geral da Emerj, desembargador Caetano Ernesto da Fonseca Costa, participou da abertura do encontro. O magistrado também acredita em uma mudança de mentalidade na sociedade sobre as questões ambientais e de gênero e sobre as suas relações. O desembargador acredita que a sociedade ainda é criada sob a ótica da cultura patriarcal machista, e que toda uma geração não foi educada para compreender os problemas ambientais.

De acordo com a diretora executiva e presidente do Instituto Masan, Adriana Pinto, as relações sociais entre as pessoas e também entre a sociedade e o meio ambiente têm que ser pautadas na sensibilidade, na empatia e na tolerância. “Temos que ensinar aos homens essas características que são genuinamente femininas”, destacou. Ela apontou que atualmente 80% da militância ecológica é formada por mulheres.

O promotor de Justiça do Ministério Público (MP-RJ) Marcus Leal também apresentou sua visão da afinidade entre as mulheres e a sustentabilidade. Ele mostrou que a relação é retrato de estruturação social que designa às mulheres o maior cuidado com o ambiente. “O consumo e o desenvolvimento sustentável são faces da mesma moeda. E o consumo insere a mulher como seu principal personagem”, afirmou.

Participaram do debate a coordenadora de Educação Ambiental da Comissão de Gestão Ambiental do MP-RJ, Andréa Ramos de Mello; a juíza e integrante do COSUS e do CEDES, Admara Schneider ; a juíza titular da 2ª Vara de Fazenda Pública da Capital, Maria Teresa Gazineu; e a professora de Direito Ambiental da Emerj, Cristiane Jaccoud. O encontro fez parte das reuniões do Fórum Permanente de Direito Ambiental e do Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero da Emerj.

Fonte: TJ-RJ