‘Cibercrimes, Investigação e Combate’, o novo curso oferecido pela EMERJ (Escola da Magistratura) tem 80 alunos, o maior número de inscrições em cursos online da Escola. As aulas trazem para os juízes uma visão moderna e didática do cibercrime, explicando como funciona a internet, de que forma as condutas delituosas são praticadas na rede e, principalmente, como tipificá-las.
A desembargadora Márcia Perrini Bodart, aluna do novo curso, conta que nunca tinha estudado por meio de uma plataforma virtual e decidiu se inscrever para se aperfeiçoar e se inteirar da parte técnica do funcionamento da internet, e para entender melhor como são praticados os cibercrimes. Para ela, é importante que o magistrado se atualize.
“O curso online facilita muito porque às vezes uma pessoa não tem condições de frequentar um curso presencial, chega atrasada, perde uma parte da aula. As aulas online ficam disponíveis e o aluno pode assistir no momento oportuno. Estou aprendendo a terminologia, como a internet pode ser usada para o bem, para o mal, os perigos que oferece”, disse a desembargadora.
O curso é promovido pelo Departamento de Aperfeiçoamento de Magistrados da EMERJ (DEAMA). As aulas estão disponíveis desde 3 de julho e vão até o dia 31. Nas 20 horas/aula ministradas pelo professor Walter Capanema, os alunos conhecem as diferentes armadilhas do mundo virtual criadas para coleta de dados, destruição de arquivos, inclusão de códigos maliciosos e acesso a informações privilegiadas de empresas.
“Vamos falar, por exemplo, das fraudes bancárias online; do ransonware, um fenômeno mundial recente, em que os dados dos computadores dos usuários são “sequestrados” por cibercriminosos; da pornografia infantil, tão lesiva e chocante e ainda dos crimes de ódio praticados na internet”, explicou Capanema, responsável pelo curso.
“Há uma preocupação em mostrar ao magistrado como funciona a investigação e perícia de provas digitais. Pela primeira vez, trouxemos um perito forense computacional, o professor Gilberto Sudré. O advogado e pesquisador dos cibercrimes, professor Gilberto Martinelli, faz parte da nossa equipe de tutores. Tenho certeza que teremos um curso muito produtivo para todos e a EMERJ, mais uma vez, sai na frente”, ressaltou o professor.
Atualmente a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática do Rio tem mais de três mil inquéritos de crimes cibernéticos, como crimes contra a honra, extorsão e racismo. A maioria das vítimas, e também dos criminosos, é jovem, ainda na fase da adolescência.
No programa de aperfeiçoamento dos magistrados, a EMERJ oferece diferentes cursos online. Os juízes recebem o convite por e-mail, se inscrevem, recebem senha e login e as aulas ficam disponíveis. Material didático, como apostilas e links para sites na internet, também são disponibilizados na plataforma.
O próximo curso online, sobre “Improbidade Administrativa”, terá inscrições abertas entre o fim de julho e o início de agosto. As aulas estarão disponíveis em setembro. “Depoimento especial” será tema do curso que será oferecido em outubro. Em novembro, as aulas serão sobre “Execução Penal”.
(Com informações e fotos da EMERJ)