Os Fóruns de Bangu e Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, receberam nesta segunda-feira (27) o projeto Casa da Família, do TJ-RJ. A iniciativa busca resolver conflitos familiares a partir de um atendimento especializado e humanizado, ao priorizar a mediação de conflitos e evitar a judicialização. Os novos espaços estão montados nos Centros Judiciários de Soluções de Conflitos (Cejusc) dos Fóruns.
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Atualmente, a Justiça fluminense tem 604.015 processos nas Varas de Família. O desembargador Cesar Cury, coordenador do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), afirmou que o projeto não só soluciona rapidamente os processos já abertos, como também aproxima o Poder Judiciário da população, atendendo aos novos desafios da sociedade.
“A Justiça precisa se adaptar à sociedade, que pede por mais inclusão e participação. O Poder Judiciário tem suas responsabilidades e nós, como servidores públicos, precisamos agir como transformadores sociais, oferecendo um trabalho de aproximação e auxílio para a população”, afirmou.
Na inauguração da Casa da Família de Bangu, o desembargador conversou com servidores, estagiários e a equipe técnica responsável por fazer o acompanhamento dos casos. Ele destacou que o trabalho ofertado tem como objetivo melhorar o relacionamento entre as partes e evitar um cenário de confronto.
“As pessoas têm necessidades e problemas cotidianos que geram conflitos, levando à Justiça. A gente tem o trabalho de evitar o cenário beligerante, desapropriado para uma família. Fico orgulhoso e satisfeito ao ver que as pessoas têm falado de cidadania e soluções, não de processos judiciais”, comentou o magistrado.
Prevenção
Coordenadora do Cejusc do Fórum de Bangu, a juíza Ellen Garcia Mesquita destacou o caráter preventivo da iniciativa, evitando a abertura de novos processos. A magistrada afirmou que o Fórum, a partir de agora, abre as portas para as famílias interessadas em apoio, oferecendo um trabalho com psicólogos, assistentes sociais e mediadores.
“Não há solução mágica para conflitos de família, mas essa é uma nova e mais fácil abordagem, que diminui as hostilidades. A família é a base da sociedade, ela constrói os cidadãos, então a gente luta para que haja o mínimo de respeito com os filhos. As nossas crianças também agradecem”, avaliou.
Na palestra que precedeu a inauguração das instalações no Fórum de Santa Cruz, a juíza Mylene Vassal afirmou que as oficinas de orientação para os pais, atividades que deram origem à Casa da Família, foram fundamentais para a implementação do projeto final e a mensagem de apoio às famílias da região.
“O trabalho multidisciplinar que foi desenvolvido em Santa Cruz teve ótimos resultados, evitando novos processos e acelerando os antigos de forma mais amigável. A gente pretende impedir violências e resguardar as famílias, oferecendo um atendimento solidário, atencioso e sensível”, disse.
As integrantes do Nupemec Claudia Ferreira e Maria Almeida também elogiaram o trabalho das oficinas de Santa Cruz. De acordo com as servidoras, mais de 2.000 pessoas foram beneficiadas com a iniciativa. Elas afirmaram que o incentivo ao diálogo e a reflexão provocaram os resultados obtidos.
(Com informações do TJ-RJ)