A Campanha contra a Violência Infantil idealizada pela AMAERJ já tem trilha sonora. A canção “Atitude” foi composta e interpretada pelo desembargador Wagner Cinelli, do TJ-RJ, e por sua filha Gabriella Zimmer. Os autores, gentilmente, cederam a gravação para a campanha.
Com Cinelli nos teclados e Gabriella no vocal, “Atitude” foi lançada em outubro passado pelo Acordo de Cooperação para Combate ao Trabalho Infantil no Estado do Rio de Janeiro, pelo Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente (Fepet-RJ) e pela Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Rio de Janeiro (OAB-RJ), que promoveram a campanha “Todas as Crianças são Nossas. Proteja-as!”, contra o trabalho e a violência infantis.
O desembargador, que hoje ilustra um dos cards da campanha nacional da AMAERJ e instituições parceiras, tomou a iniciativa de, ao conhecer as propostas do movimento pró-crianças, colocar a música à disposição. “A criança vítima de violência é como um inseto preso na teia de aranha. Precisa de nossa ajuda. Portanto, estejamos atentos a todos os sinais de socorro e tenhamos a proteção da infância como uma prioridade permanente”, disse Cinelli.
Veja abaixo o clipe de “Atitude”.
A Campanha contra a Violência Infantil foi lançada pela AMAERJ na segunda-feira da semana passada (12). A adesão de importantes entidades da Magistratura, do Ministério Público e de magistrados do Brasil inteiro foi quase que imediata.
Já são parceiros da campanha o Colégio de Coordenadores da Infância e da Juventude dos Tribunais de Justiça do Brasil, a Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude (Abraminj) , o Fórum Nacional da Justiça Juvenil (Fonajuv), o Fórum Nacional da Justiça Protetiva (Fonajup), as representações do Fórum Estadual dos Juízes da Infância e da Juventude (Foeji) de Sergipe, Paraná e Rio de Janeiro, a Associação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Amperj) e associações estaduais da Magistratura.
O presidente da Amperj, procurador Cláudio Henrique da Cruz Viana, definiu como “oportuna” a campanha contra a violência infantil, “que infelizmente é uma realidade na sociedade brasileira”.
“É fundamental que todos estejam atentos e vigilantes para proteger e denunciar qualquer tipo de violência, estando o Ministério Público à disposição”, afirmou Cruz Viana.
A juíza Noeli Reback, do Tribunal de Justiça do Paraná e presidente do Colégio de Coordenadores, explicou as razões do apoio à campanha.
“O Colégio de Coordenadores da Infância e Juventude dos Tribunais de Justiça do Brasil adere integralmente à campanha de iniciativa da AMAERJ e apoia a mobilização nacional em defesa de meninos e meninas vítimas de violências físicas, psicológicas, morais ou sociais”, disse a magistrada.
A Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar) já formalizou o apoio. Seu presidente, o juiz Geraldo Dutra de Andrade Neto, falou que “a Amapar sempre apoiará as iniciativas que possam melhorar a situação das crianças do país, especialmente aquelas em necessidade, de forma a auxiliar na conscientização da sociedade sobre a importância de proteger os direitos das crianças e dos adolescentes”.
Para o presidente da Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (Amepe), Ígor Rêgo, “a violência infantil é uma realidade que infelizmente existe e combatê-la é responsabilidade de todos”.
“A Magistratura pernambucana abraça essa importante campanha, que busca mobilizar a sociedade e convocá-la para o engajamento contra a violação dos direitos das crianças e dos adolescentes.”
A Campanha contra a Violência Infantil se propõe a mostrar à sociedade brasileira que todas as crianças deste país, independentemente da situação social, precisam receber dos adultos amor, atenção, carinho, educação e, sobretudo, tratamento humano e digno.
O juiz Rodrigo Rodrigues Dias, presidente do Foeji-PR, afirmou que “todos somos responsáveis pela população infanto-juvenil”, pois “integramos uma rede de apoio e salvaguarda”.
“Temos de nos posicionar: escutar e agir”, acrescentou o magistrado.
Em comunicado oficial, o Fonajuv expôs os motivos que o levaram a se unir à AMAERJ e às demais entidades.
“O Fonajuv adere à campanha por entender que nenhum tipo de violência pode ser praticado contra crianças e adolescentes, que gozam, nos termos da lei, de proteção integral, no sentido de que seja assegurado o desenvolvimento físico, mental e moral deles, na maior amplitude possível, pela família, pela sociedade e pelo Estado.”
Por meio do site e das redes sociais da AMAERJ e de suas parceiras, a Campanha contra a Violência Infantil divulga fotografias de operadores do Direito de todo o Brasil com as mãos abertas, pintadas na cor azul.
A imagem é alusiva ao caso de Henry Borel Medeiros, morto aos 4 anos, em março, no Rio de Janeiro. Os investigadores da Polícia Civil suspeitam que o menino foi espancado até à morte.
O material de divulgação da campanha avisa que os maus-tratos a crianças podem ser informados às autoridades pelo programa Disque 100, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Há ainda a possibilidade de a vítima e seus parentes buscarem a ajuda dos conselhos tutelares, em unidades policiais e nas unidades estaduais e federais do Ministério Público.
Os profissionais das áreas de Educação (professores, diretores e funcionários de escolas) e Saúde (médicos, enfermeiros e atendentes) também podem ser acionados para agir em defesa das crianças agredidas e ameaçadas.
A magistrada Katy Braun do Prado, vice-presidente da Abraminj, disse que a campanha pretende “mobilizar a sociedade contra a violência infantil”.
“É direito da criança e do adolescente ser criado e educado sem qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. A ninguém é dado omitir-se diante da suspeita ou confirmação de violações dos direitos desses cidadãos em desenvolvimento”, afirmou.
Em comunicado oficial, o Fonajup se manifestou. “O Fonajup adere e apoia a campanha da AMAERJ contra a violência infantil para dar voz a milhares de crianças vítimas dessa prática no Brasil. A proteção de crianças é fundamental para seu completo e sadio desenvolvimento físico, psicológico, moral e social. O Fonajup entende que o cuidado com as nossas crianças contribui para uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna.”
Para o juiz Daniel Konder, diretor de Direitos Humanos e Proteção Integral da AMAERJ, 2º vice-presidente da Abraminj e vice-presidente do Fonajup, “prevenir e proteger as crianças de contextos de violência é um imperativo da nossa própria existência e, mais que um dever moral, uma obrigação legal”.
“O Estatuto da Criança e do Adolescente é claro em afirmar que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão, punindo os infratores por suas ações ou omissões”, comentou o magistrado.
O Brasil precisa tratar bem suas crianças. E você, cidadão, pode ajudar a protegê-las.