Engenheiro formado em Matemática e Física, além de Direito, o professor de Harvard Ron Dolin foi o funcionário número 50 do Google. Em palestra durante o Harvard Law Brazilian Association Legal Symposium, ele afirmou que não há como evitar a inovação tecnológica no Direito e as barreiras corporativas não devem impedir a ajuda de softwares que possam aprimorar e agilizar os processos. Ele defende que a qualidade do trabalho, e não o preconceito, seja o fator decisivo para avaliação. Para isso, propõe um teste criado por um matemático com papel histórico na computação.
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Dolin sugere que seja feito o teste de Turing, do matemático britânico Alan Turing, conhecido como um dos pais da computação e por ter quebrado o código nazista durante a 2ª Guerra Mundial. Ele ficou conhecido do grande público com o filme “O jogo da imitação”.
“O teste de Turing é o seguinte: se você não for capaz de identificar se o trabalho foi feito por uma pessoa ou computador, passa o teste de Turing.”
O professor de Harvard lembra que nos EUA e em outros lugares muitas pessoas chegam aos tribunais sem defesa. “Não é melhor serem defendidas por um software do que sem representação? Os softwares têm baixo custo, são capazes de identificar e corrigir erros.”
Para Dolin, se um advogado tem um desempenho ruim não se impede toda a classe de atuar. “Se o software está fazendo algo ruim, isso justificaria removê-lo de toda prática? Por que jogaríamos fora um software da solução por acharmos que há áreas em que ele não atuaria bem?”