O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) lançou, na noite desta segunda-feira (18), o Programa Rio Lilás, iniciativa que visa promover nas escolas a conscientização sobre violência doméstica e familiar. A juíza Elen de Freitas, diretora da AMAERJ de Acompanhamento das Políticas de Atendimento à Mulher e das Varas de Violência Doméstica, representou a Associação na cerimônia.
A magistrada destacou a importância da iniciativa. “É um projeto que já vem sendo pensado há um tempo e pode gerar transformação efetiva na nossa sociedade pela educação, ao levar conhecimento e informação para transformar a vida das pessoas”, disse a juíza Elen de Freitas, que integra a Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (COEM), do TJ-RJ.
Compuseram a mesa de honra os desembargadores Ricardo Couto, presidente do TJ; Claudio Brandão, corregedor-geral da Justiça; Suely Lopes Magalhães, 1ª vice-presidente do TJ-RJ; Adriana Ramos de Mello, coordenadora da COEM; Cláudio dell’Orto, diretor-geral da Escola da Magistratura (EMERJ); e as juízas Alessandra Bilac, auxiliar da Presidência, e Elen de Freitas. Magistrados de outros Estados integraram a mesa virtualmente.
O desembargador Ricardo Couto abriu a cerimônia e enfatizou a necessidade de tratar do problema com urgência. “Hoje, aqui, agora, não podemos deixar que o desrespeito continue. Temos que nos indignar com todo e qualquer ato de violência contra o ideal do respeito e da dignidade”, frisou o presidente do TJ-RJ.
Voltada para a rede municipal de ensino, a iniciativa tem parceria com as secretarias municipais de Educação e Especial de Políticas para Mulheres e Cuidados. A cerimônia de lançamento recebeu alunos de diversas escolas e de unidades de ensino que oferecem a modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Com o objetivo de prevenir a violência de gênero, o racismo e a discriminação desde os primeiros anos de formação educacional, o programa Rio Lilás terá suporte de magistrados e autoridades do sistema de Justiça.
“O Poder Judiciário tem o papel fundamental de fazer essa aproximação com as escolas, a fim de formar cidadãos mais comprometidos com o fim da violência contra a mulher em todas as fases da vida. A educação é o que transforma e o Rio Lilás trará muitos frutos”, disse a desembargadora Adriana Ramos de Mello.
O evento contou com apresentação de grupo musical formado pelas artistas Bia Borges, Dalila Borges e Alícia Rachel. As músicas cantadas, “Maria, Maria”, de Milton Nascimento, e “Stand By Me”, de Ben E. King, versam sobre força, coragem e esperança.
Maria da Penha Maia Fernandes, fundadora e presidente do Instituto Maria da Penha, integrou a mesa de honra virtualmente e destacou o valor a ser agregado pelo novo programa. “Isso é um sonho muito antigo. Nenhuma criança nasce machista, nem racista, nem homofóbica – elas trazem isso de suas casas e comunidades. É por isso que nós precisamos investir em educação. Eu me coloco à disposição para apoiar e agradeço muito. Este é um momento importante para vencermos essa batalha que nos machuca”, afirmou.
A desembargadora Suely Lopes Magalhães fez agradecimento especial à COEM e a todas as partes que colaboram na elaboração de projetos como o Rio Lilás. “Quero exaltar a nossa rede de enfrentamento à causa da violência doméstica, que dá embasamento para que todas essas ações tenham êxito. Eu não acredito em transformação social que não seja através da educação, e começar pelas crianças é o máximo que podemos fazer”, disse.
Ao encerrar a cerimônia, a magistrada parafraseou a música “Maria, Maria” ao dizer: “é preciso agir sempre assim, para que todas as mulheres e crianças vítimas de violência tenham fé na vida e fé no planeta.”
Maria da Penha e desembargadora Suely Lopes Magalhães
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