A vida e o legado do desembargador Jorge Fernando Loretti (1924-2016) foram enaltecidos nesta quinta-feira (29), no Museu da Justiça de Niterói, em cerimônia de comemoração aos 100 anos de nascimento do magistrado, que presidiu a AMAERJ, o Tribunal de Justiça (TJ-RJ) e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ). A juíza Rita Vergette, diretora-adjunta da AMAERJ, representou a Associação no evento, que reuniu magistrados e familiares do saudoso desembargador.
O TJ-RJ e a Escola da Magistratura do Estado (EMERJ) inauguraram a Biblioteca Desembargador Jorge Fernando Loretti, uma coleção de livros que pertenceu ao magistrado, e uma exposição sobre sua trajetória.
O presidente do TJ-RJ, desembargador Ricardo Cardozo, ressaltou a participação de Jorge Loretti no movimento associativo.
“O desembargador Loretti foi muito associativo. Não é comum presidentes do Tribunal tornarem-se presidentes de associação de classe. Mas ele foi um excelente presidente do Tribunal e da AMAERJ. Era um homem que acreditava no que fazia, era meigo, com humor refinado e uma memória espantosa. Quem o conheceu sabe o valor dessa biblioteca. Era um homem extremamente culto. O Poder Judiciário agradece a doação desse acervo que contribuirá muito com a sociedade”, afirmou.
O diretor-geral da EMERJ, desembargador Marco Aurélio Bezerra de Melo, destacou os ensinamentos do homenageado. “Nas vezes em que conversei e aprendi com o desembargador Loretti, não estava ouvindo só um professor, mas um jurista orador. Ele ensinava fazendo discurso, eu ficava encantado, achava sensacional. Fica o nosso agradecimento pela possibilidade de publicizar o acesso a essas obras para toda a comunidade”, disse.
O acervo do magistrado, doado ao TJ pela família, e a exposição “100 anos Loretti: o homem dos Três Poderes” estão na Biblioteca Regional de Niterói TJERJ/EMERJ, no Antigo Palácio da Justiça Fluminense (Praça da República, s/nº, no Centro de Niterói).
Neto do desembargador, o advogado Ricardo Loretti Henrici agradeceu pela homenagem. “Meu avô era um sonhador, um homem que imaginava longe, simples, que amava os livros. Meu avô nos deixou conhecimento e essa biblioteca. Por devoção e ato de grandeza da minha avó, estamos extremamente recompensados por essa homenagem e por esses livros estarem aqui. Esses livros promoverão a vida, colaborando para a formação de muitas pessoas. Esse ambiente traz vida eterna para o meu avô.”
Estiveram no encontro os desembargadores Manoel Alberto Rebêlo dos Santos (presidente do TJ-RJ no biênio 2011/2012), Cláudio Dell’Orto (vice-presidente do Conselho Consultivo da EMERJ e ex-presidente da AMAERJ), Ana Maria Pereira de Oliveira, Gilberto Matos, Luiz Roldão Filho e Adilson Macabu; os juízes Alberto Republicano (auxiliar da Presidência do TJ-RJ) e Rafael Mônaco (presidente da Regional da AMAERJ em Niterói); e a viúva do desembargador Loretti, Cléa Tavares Loretti.
Desembargador Jorge Fernando Loretti
Jorge Fernando Loretti nasceu em 25 de agosto de 1924. Falecido em 13 de maio de 2016, completaria 100 anos em 2024.
Graduado em Direito pela Faculdade de Direito de Niterói em 1947, Jorge Loretti foi integrante do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB). Trabalhou como secretário estadual de Justiça e chefe de gabinete do governo do Rio entre as décadas de 50 e 60.
Atuou como desembargador por 17 anos, presidindo a 5ª Câmara Cível e o 4º Grupo de Câmaras Cíveis. Foi presidente do TRE-RJ (1989 a 1991), do TJ-RJ (1991-1992) e da AMAERJ (1994 a 1995). Integrou a Academia Fluminense de Letras (AFL) e da Academia Niteroiense de Letras.
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