AMAERJ | 27 de abril de 2020 13:25

AMAERJ Live desta segunda (27) debate ‘Violência Doméstica e Covid-19’

Nesta segunda-feira (27), às 18h, acontecerá o primeiro AMAERJ Live. Uma série de transmissões ao vivo pelo Instagram será realizada por diretores da Associação, que chamarão convidados para debater assuntos relevantes à magistratura. A estreia será com a diretora Juliana Cardoso, que conversará com a juíza Adriana Ramos de Mello sobre o tema “Violência Doméstica e Covid-19”.

Acesse aqui o perfil da AMAERJ no Instagram. A diretora de Acompanhamento das Políticas de Atendimento à Mulher e das Varas de Violência Doméstica da AMAERJ é juíza da 2ª Vara Criminal de Itaboraí (cidade na Região Metropolitana) e do Juizado Violência Doméstica e Familiar. O bate-papo com a titular do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher tratará de questões importantes, como o atendimento prestado às vítimas pela rede de proteção e onde a mulher pode pedir ajuda.

“Este é um assunto que precisa de especial atenção a qualquer momento. Mas a mudança advinda com a quarentena, a tornou ainda mais urgente”, destacou Juliana.

A live terá duração de até 1 hora e será realizada pelo perfil da AMAERJ no Instagram. Veja aqui a Agenda de Lives.

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Nota oficial

Especialista em violência doméstica

Adriana Ramos de Mello é autora de livros sobre o assunto, como “Feminicídio – Uma análise sociojurídica da violência contra a mulher no Brasil”. A magistrada afirma que questões relativas ao confinamento atual podem contribuir para o aumento da violência no lar neste período.

“Sabemos que o isolamento social, o confinamento com o agressor e o uso de drogas e álcool são fatores que podem contribuir para o aumento da violência contra a mulher no âmbito doméstico. Temos que pensar que muitas não estão conseguindo acessar a polícia nem a Justiça. Fora o medo que a mulher tem de sair de casa agora e ser contaminada. Então, os números nunca representarão a realidade da violência contra a mulher”, afirmou.

A pandemia de Covid-19 alterou a rotina de trabalho de todo o Judiciário, mas não o atendimento às vítimas. O TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) montou um plantão extraordinário só para tratar de violência doméstica.

“Isso ajudou bastante as mulheres, porque são os juizados especializados que estão apreciando os pedidos de medidas urgentes previstas na Lei Maria da Penha”, disse a magistrada.

A rede de enfrentamento à violência doméstica, que conta com representantes da Defensoria e dos Ministério Públicos e da Polícia Civil, entre outras instituições, mantém seu trabalho e se reúne virtualmente todas as semanas.

Recentemente, Adriana foi uma das oito mulheres entrevistadas na reportagem “Heroínas da Resistência”, da revista “Ela”, do jornal “O Globo”, por seu trabalho para minimizar os impactos do coronavírus. Ela fica feliz com o reconhecimento, mas destaca ser ” nossa obrigação, não favor”. A magistrada sustenta que “o trabalho em rede é fundamental”.

“Não existe protagonismo, e sim uma ação articulada da rede”, concluiu.