A Amaerj e Emerj celebraram, no dia 8, o Dia Internacional da Mulher com a palestra “A Evolução da Participação Feminina na Vida Pública”, apresentada pela desembargadora Leila Mariano, presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ). O evento faz parte do calendário do Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero da Emerj, presidido pela juíza Adriana Ramos de Mello.
A Amaerj fez uma homenagem especial à desembargadora Leila confeccionando uma placa em homenagem aos trabalhos prestados à magistratura fluminense. A homenagem foi conduzida pelo presidente da Amaerj, Cláudio dell’Orto. A Associação também homenageou todas as mulheres presentes distribuindo flores no final do evento.
Desembargadora Leila Mariano recebe placa das mãos do presidente da Amaerj, Cláudio dell’Orto
A mesa da cerimônia foi composta pelos presidentes da Amaerj e do TJ-RJ, desembargadores Cláudio dell’Orto e Leila Mariano; pelo diretor-geral da Emerj, desembargador Sérgio de Souza Verani; pelos juízes Marcelo Castro Anátocles, Ane Cristine Scheele e Adriana Ramos de Mello; pelo procurador de Justiça José Roberto Paredes, representando o Dr. Marfan Vieira, procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro; pela chefe da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, delegada Marta Rocha; pela superintendente dos Direitos da Mulher da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Dr. Angela Fontes, e pela Coordenadora da ONG Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação, advogada Leila Linhares.
Evento organizado pela Amaerj e pela Escola da Magistratura lotou o Auditório Antônio Carlos Amorim
O primeiro a falar foi o anfitrião do evento, desembargador Sérgio Verani. Fazendo citação de um trecho do livro “Sobre suicídio”, de Karl Marx, o magistrado falou sobre a opressão sofrida pelas mulheres. “Esta luta pela dignidade da mulher é também uma luta pela dignidade de todos, mas fundamentalmente esta é uma luta contra a opressão política e social, que oprime a todos com uma tirania muito grande, especialmente as mulheres, qualquer que seja a situação social dela”, pontuou. Ele também informou que o evento foi transmitido para oito núcleos da Escola, localizados em Petrópolis, Nova Friburgo, Duque de Caxias, Campos dos Goytacazes, Itaperuna, Cabo Frio, Angra dos Reis e Volta Redonda.
O segundo a fazer uso da palavra foi o presidente Cláudio dell’Orto, que falou sobre o apoio à causa de gênero. “A Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro se integra a este trabalho que está sendo realizado pelo Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero da Emerj exatamente porque a magistratura, ao jurar cumprir e fazer cumprir a Constituição Federal, está na verdade se comprometendo com um dos objetivos fundamentais da República Brasileira, que é a erradicação da desigualdades. E, como já pontuado pelo nosso diretor Sérgio Verani, a questão de gênero e o conflito de gênero talvez seja algo que acompanhe a humanidade desde dos primórdios e essa desigualdade tem sido sempre em desfavor da mulher”, afirmou o magistrado.
Presidente da Associação, Cláudio dell’Orto falou sobre o apoio à causa de gênero
A juíza Adriana Ramos de Mello, que preside Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero da Emerj, primeiramente agradeceu o apoio da Amaerj. “Todo apoio que nós aqui do Fórum precisamos da Amaerj, ele (Cláudio dell’Orto) sempre se coloca à disposição, se mostrando realmente engajado com a causa da igualdade de gênero. Eu fico muito feliz em ter a Amaerj com a gente, porque esta luta precisa da união” ressaltou. Em seguida a magistrada falou sobre integração. “Unamos-nos contra a violência doméstica, cada qual na sua instituição. A gente precisa fazer realmente o que estamos fazendo aqui hoje. A violência contra a mulher ainda é uma agenda pendente. Não basta só a Lei Maria da Penha, não basta só criar lei, não basta aumentar a punição, a gente precisa ter um outro tratamento, a gente precisa que a igualdade de gênero seja vista como prioridade. A proposta que faço é que a gente saia daqui concretamente pensando em um protocolo de ação integrado e interinstitucional entre Polícia Civil, Ministério Público e Judiciário. Com este protocolo a mulher terá um acesso à Justiça muito maior”, garantiu a juíza.
“Unamos-nos contra a violência doméstica, cada qual na sua instituição”, afirmou a juíza Adriana de Mello
O evento foi encerrado pela desembargadora Leila Mariano. Segundo a magistrada, a Constituição e o concurso público fizeram com que as mulheres tivessem acesso a cargos públicos. Ela citou as magistradas Iete Passarella, Áurea Pimentel, Maria Stella Rodrigues e Mariana Feteira como primeiras magistradas fluminenses, e que, durante 30 anos, havia apenas duas juízas e duas desembargadoras no quadro do TJRJ. Ela citou que, atualmente, 53% dos juízes e 31% dos desembargadores são mulheres.
A presidente do TJ-RJ agradeceu a presença de todos e encerrou o evento de um modo informal. “Agradeço a todos, pois estas palavras são mais uma conversa entre amigos. Eu trouxe realmente um texto escrito mais preferi fazer esta conversa mais intimista, mais produtiva e tem a ver com a linguagem da mulher. Nós somos assim, a gente gosta de uma conversa, a gente gosta de discutir a relação”, encerrou a magistrada.
Presidente do TJ-RJ, desembargadora Leila Mariano, é aplaudida ao fim de sua palestra
Fonte: Assessoria de Imprensa da Amaerj