Em auditório repleto de personalidades históricas, magistrados fundamentais para o fortalecimento da classe e do Poder Judiciário receberam a primeira Medalha AMAERJ nesta segunda-feira (13). Foram homenageados os desembargadores aposentados Thiago Ribas Filho, Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho e Roberto Felinto, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ); o desembargador Aluisio Mendes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2); e a juíza Renata Gil, presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).
Compuseram a mesa da solenidade o presidente da AMAERJ, Felipe Gonçalves; o corregedor-geral da Justiça, Ricardo Rodrigues Cardozo; e a presidente eleita da Associação, Eunice Haddad. A Medalha AMAERJ foi criada em celebração aos 30 anos de fundação da entidade.
“A ideia de instituirmos uma comenda específica da AMAERJ surgiu no início deste ano, quando os integrantes da diretoria e do conselho debatíamos quais ações poderiam ser empreendidas para exaltar as três décadas da Associação. Decidiu-se na ocasião que criaríamos a Medalha AMAERJ, com destinação anual a personalidades que tenham, ao longo de suas trajetórias pessoal e profissional, contribuído de maneira dedicada e eficiente ao fortalecimento do Poder Judiciário e do movimento associativo nacional”, disse Felipe Gonçalves.
“Vale destacar a importância de cada um dos homenageados na história do Judiciário fluminense e nacional. É com imensa honra e orgulho que conduzo esta solenidade tão importante”, enalteceu o presidente da AMAERJ, antes de realizar a entrega das medalhas.
O primeiro homenageado foi Thiago Ribas Filho (90 anos), natural de Fortaleza (CE). Ele ingressou na Magistratura da Guanabara em 1963. Foi líder associativo na extinta AMARJ nos biênios 1986-1987 e 1990-1991. Presidiu a AMAERJ de 1992 a 1993, o TJ-RJ em 1997-1998 e o TRE-RJ em 2000-2001.
“Este encontro tão precioso demonstra a força do nosso Poder Judiciário. Gostaria apenas de elogiar a organização maravilhosa do evento”, afirmou Ribas Filho.
O condecorado a seguir foi o carioca Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, que presidiu a AMAERJ de 1995 a 1997. Comandou também a AMB (1998-1999) e o TJ-RJ (2015-2016).
“A unidade das duas associações não foi uma luta fácil. A AMAERJ surge em 1991, 16 anos após a fusão dos Estados. Quando se tornou maioria a decisão dos magistrados de produzir a fusão, ela foi feita. Fui o primeiro juiz a ser eleito presidente da AMAERJ. Lutamos para que se reconhecesse a verdade incontestável de que, fosse um juiz ou um desembargador, ele deveria ser o representante da Magistratura, não do Tribunal. É uma honra receber esta homenagem ao lado desses colegas, grandes vultos da Magistratura”, frisou Carvalho.
O laureado Roberto Luis Felinto de Oliveira, também carioca, ingressou na Magistratura em 1988 e presidiu a AMAERJ em 2008-2009. Atualmente, é diretor de Aposentados da Associação do Rio e coordenador dos Aposentados da AMB.
“Agradeço pela honra de ter sido colocado junto com colegas como Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho e Thiago Ribas Filho. Não estou à altura de receber homenagem no mesmo momento que essas duas lendas da Magistratura do nosso Estado. Como lembrou o desembargador Ricardo Cardozo, foi a partir do nosso 7º Concurso que conseguimos juntar as duas associações, que eram rivais. Conseguimos torná-la uma só para o nosso prazer e a nossa honra. Muito obrigado pela medalha”, agradeceu Felinto.
Desembargador do TRF-2 desde 2012, Aluisio Gonçalves de Castro Mendes definiu como honroso o fato de ter sido o único magistrado federal a receber a comenda.
“Nós, da Justiça Federal, sempre aprendemos com a Justiça estadual, especialmente com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Esta medalha me motiva a continuar servindo com todas as minhas energias o Poder Judiciário, que é único, buscando o seu fortalecimento. Agradeço imensamente.”
Primeira mulher a presidir a AMAERJ (2016-2019) e a AMB (2020-2022), Renata Gil de Alcantara Videira é natural de São Gonçalo e juíza desde 1998.
“Esta é a homenagem mais importante que recebi nos últimos tempos, por consagrar a minha história associativa. Me sinto muito mais agraciada e honrada por estar recebendo esta medalha ao lado de pessoas que sempre me inspiraram, que construíram para a história do associativismo no Brasil e da proteção do Judiciário”, observou Renata.
“É muito emocionante e importante ver todos reunidos aqui, especialmente neste momento que o Brasil vive, em que suas instituições são colocadas em xeque, mas não se abalam. São instituições consolidadas e que vão garantir o futuro da democracia no Brasil, blindado para quaisquer pensamentos totalitários e egoístas que se espalham pelo mundo”, disse a presidente da AMB.
Também ganhador da Medalha AMAERJ, o ministro Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), não pôde comparecer à cerimônia. Presidente da AMAERJ no biênio 2002-2003, ele será condecorado nesta terça-feira (14), em Brasília.
Filhos de magistrados, o corregedor Ricardo Cardozo e a juíza Eunice Haddad lembraram que a AMAERJ esteve presente na vida deles desde a infância.
“É uma honra e uma emoção muito grande para mim estar nesta solenidade. Sou magistrado há 33 anos e vivi o movimento associativo ao lado do meu saudoso pai, desembargador Estenio Cantarino Cardozo. A AMAERJ surgiu fruto de um movimento associativo que começou com novos magistrados, que não sentiam mais abrigados nem por uma nem por outra associação. Muito me orgulha a AMAERJ, uma associação que congrega a nossa Magistratura fluminense e resulta de um movimento firme de união. Os seis agraciados contribuíram muito para a associação forte que temos hoje”, afirmou Cardozo.
“Fui eleita presidente no dia em que a AMAERJ completava 30 anos, fato que gerou uma emoção muito grande. Vivo a Magistratura desde os 3 anos de idade, por causa do meu pai, desembargador Luiz Felipe Haddad, que era um grande vocacionado e entusiasta da Magistratura e do movimento associativo. A união das associações mostra efetivamente que a Magistratura é una. Só com união e diálogo nós chegamos em algum lugar. É com uma Magistratura forte e uma associação forte, lutando pelos interesses comuns, que andamos para frente. Se eu for um pouquinho do que cada um dos senhores homenageados foram como presidente da Associação, tenho certeza que estarei no caminho certo”, destacou Eunice.
Prestigiaram a outorga da Medalha AMAERJ os ex-presidentes do TJ-RJ Humberto Manes (1999-2000) e Marcus Faver (2001-2002) e o ex-presidente da AMAERJ Fernando Cabral (1998-1999). Assista aqui à cerimônia.
30 anos
A AMAERJ foi fundada em 29 de novembro de 1991, a partir da fusão da Associação dos Magistrados Fluminenses (AMF), criada em 1954 e sediada em Niterói, com a Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro (AMARJ), surgida em 1958.
Na década de 50, o Rio de Janeiro era a capital federal. Com a ida da capital para Brasília, foi criado, em 1960, o Estado da Guanabara, cuja capital era o Rio. O Estado do Rio de Janeiro tinha a cidade de Niterói como capital. A fusão da Guanabara com o velho Estado do Rio aconteceu em 1975. As entidades representativas da Magistratura se uniram 16 anos depois.