O juiz Alexandre Abrahão (3º Tribunal do Júri) condenou Carlos Eduardo Caitano de Souza a 38 anos e 11 meses pelo assassinato do estudante Julian David Hicue Ramirez, de 19 anos, morador da comunidade da Muzema, no Itanhangá. O crime ocorreu em 2014, em um bar na via principal da favela, depois de uma discussão entre Ramirez e Souza por motivo fútil.
Armado com uma submetralhadora, Souza atirou na vítima e no amigo dela, Leandro dos Santos Cruz, que sobreviveu, mas teve sequelas como perda de memória. O julgamento terminou na noite desta terça-feira (18). O Conselho de Sentença, por maioria dos votos, reconheceu que o crime foi cometido de “forma a impedir a defesa da vítima, já que os disparos foram efetuados a pouca distância e por uma submetralhadora”.
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Na decisão, o magistrado ressaltou que, apesar de o réu ser primário, ficou constatado que o autor dos disparos não demonstrou arrependimento pelo crime em nenhum momento.
“A personalidade do acusado é adversa e corrompida, eis que agiu de forma fria e calculista ao efetuar disparos e, até a presente data, não foi capaz de demonstrar qualquer remorso e/ou arrependimento. As circunstâncias do delito são muito gravosas. A vítima foi alvejada por quatro disparos. As consequências do crime são extremadas porque a ação foi voltada contra uma pessoa de apenas 19, trabalhadora e estudante que aqui tentava construir uma vida digna e honrada.”
Abrahão ainda relatou que, sem condições financeiras, a família da vítima precisou passar pela “humilhação” de ter recorrido a parentes e vizinhos para pagar o enterro. O réu havia sido preso há oito meses, durante o cumprimento de mandado de prisão pela polícia. Ele permanecerá preso em regime fechado no sistema prisional.
Fonte: O Globo