Neste fim de semana (16 e 17), 16 juízes do TJ-RJ realizaram centenas de audiências em mais uma edição do Dia do Sim, projeto do Tribunal que tem como objetivo converter em casamento a situação de casais que vivem em união estável. Desta vez, 460 casais participaram das audiências, realizadas nas dependências do Núcleo de Mediação e Conciliação. Sob a coordenação da juíza Raquel de Oliveira, da 6ª Vara Cível de Jacarepaguá, o projeto tem a intenção de realizar o casamento civil de 3 mil casais ao longo do ano. “Este é um tipo de trabalho que os juízes gostam de fazer, pois é a unica audiência em que todos chegam e saem felizes”, disse a juíza.
Uma parceria com a Amaerj e com a Arquidiocese do Estado do Rio de Janeiro possibilitará a realização, no dia 5 de dezembro, de uma cerimônia regiliosa com mil casais católicos. Outra parceria, desta vez como a Firjan, vai permitir a realização, no dia 6 de dezembro, no próprio Tribunal, de uma cerimônia com outros 100 casais que representarão todos demais inscritos.
Sob a coordenação da juíza Raquel de Oliveira, mutirão contou com a participação de 16 magistrados
A emoção estava estampada nos olhos cheios de lágrimas, nas mãos trêmulas e no cuidado com que Ana Carla dos Santos Silva, de 41 anos, se preparou para o dia tão esperado. Há 20 anos, ela e o mestre de obras Antonio Cunha Silva, de 40 anos, se apaixonaram e passaram a viver juntos. Da união, nasceram cinco filhos. A felicidade, no entanto, se completou neste domingo, durante mais uma edição do Dia do Sim. Promovidas pelo Departamento de Ações Pró-Sustentabilidade (Deape) do TJ-RJ, as audiências prosseguirão no próximo dia 24, beneficiando mais 225 casais.
Os casamentos comunitários estão na agenda de eventos do Judiciário fluminense há mais de oito anos e, desde então, têm beneficiado pessoas com renda familiar igual ou inferior a R$ 2.500,00 brutos, residentes do Município do Rio, que já convivem em união estável e que não têm qualquer impedimento legal.
Depois de 20 anos de união e cinco filhos, Ana e Antonio realizam antigo sonho do casamento
A balconista Sandra Maria da Penha de Almeida Pedro, de 29 anos, e o retificador Leandro Pedro, de 33, eram exemplo disso. Emocionados, foram às lágrimas no momento da troca das alianças diante dos filhos Bruno, de 14 anos, Leonardo, de 10, e Daniel, de 9, que acompanhavam atentos a audiência. “Estou muito feliz e acho que valeu à pena. Soube do projeto por uma amiga e me inscrevi em novembro. Quando me ligaram, vi que finalmente podia realizar o antigo sonho”, comemorou Sandra.
A conversão da união estável em casamento propicia a ampliação de direitos previdenciários, sucessão dos bens comuns, tornando a união mais segura, sólida e amparada, além de outros importantes benefícios.
Fonte: Amaerj com informações do TJ-RJ | Foto: Antonio Barros