A despeito da crise financeira, país se mantém um destino turístico de primeira linha
Por Sergio Torres
O noticiário recente sobre a derrocada financeira da Argentina omite uma questão fundamental para o turista brasileiro que planeja passar alguns dias na capital Buenos Aires, na espetacular Bariloche, nas vinícolas de Mendoza ou nas paisagens maravilhosas da Patagônia: o país continua muito receptivo ao visitante.
Gentis, educados e atenciosos, os argentinos se esmeram em passar ao turista que, apesar da gravidade da crise, o país recebe bem, proporciona conforto e segurança e oferece atrações de primeira. Sem falar nos preços, muito vantajosos para os brasileiros em razão da desvalorização do peso em relação ao real.
A crise econômica argentina se arrasta há décadas, desde a ditadura militar que espantou o continente e o mundo pela brutalidade covarde dos governantes. Os militares deixaram o poder em 1983. Nestes 39 anos, o país, antes tão próspero, jamais conseguiu se recuperar plenamente, a despeito dos planos de regularização das finanças, sempre fracassados.
Poderíamos imaginar que nos grandes centros urbanos da Argentina os efeitos da crise estariam visíveis. Não estão. Não há no Centro de Buenos Aires e nos bairros turísticos a aglomeração de moradores de rua que assistimos em São Paulo e aqui, no Rio de Janeiro, até bem perto do Fórum Central do Tribunal de Justiça.
Sob as marquises da Avenida Antônio Carlos vivem famílias de desvalidos que, às dezenas, ocupam as calçadas. Para os lados da Praça 15, debaixo das marquises vizinhas à estação das barcas Rio-Niterói, a quantidade de moradores desassistidos pelo poder público, dia e noite em meio a lixo e violência, é impressionante.
Já em Buenos Aires, não vemos coisas do tipo. Há, sim, moradores de rua. Mas não na quantidade a que nos acostumamos por aqui. Muito pelo contrário. As ruas e avenidas são limpas e seguras. Os parques de Palermo continuam muito bem cuidados. É um passeio imperdível para o turista.
A questão do câmbio tem sido extremamente benéfica aos turistas brasileiros. Pela cotação paralela (chamada lá de blue), uma refeição em restaurante de bom nível não sai por mais de R$ 300 para um casal. Incluindo-se até duas garrafas de vinho.
O ideal para o turista é nunca usar o cartão de crédito na Argentina, já que a cobrança será feita pelo câmbio oficial, quando a vantagem deixa de existir. Pode ser desconfortável andar com um monte de dinheiro nas bolsas e bolsos, mas é uma exigência do momento. Só assim as compras e refeições serão vantajosas.
A ocasião é propícia para visitar a Argentina. Boa viagem.