O projeto Turma Recursal Simulada retornará de forma virtual ainda este ano. Criado em 2012, o programa tem o objetivo de aproximar a sociedade do Poder Judiciário, possibilitando que acadêmicos de Direito participem de julgamentos fictícios. A AMAERJ e a Comissão Judiciária de Articulação dos Juizados Especiais (Cojes) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) promoverão a retomada do projeto.
A data da primeira audiência virtual simulada ainda será definida. Os juízes Eric Scapim, Eunice Haddad, Antonio Aurélio Abi Ramia, Keyla Blac de Cnop, Ricardo Lafayette, Simone Rolim e Paulo Jangutta participarão virtualmente da Turma Recursal Simulada.
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O presidente da AMAERJ, Felipe Gonçalves, conta como ocorreu a decisão de retomar o programa: “Dr. Eric nos apresentou a proposta de retomar esse projeto, agora por meios eletrônicos. A sugestão foi muito oportuna, já que o projeto estava suspenso por causa da pandemia. Então, já que estamos utilizando dos meios digitais para a prática de atos processuais, porque não fazê-lo também com relação a esse projeto? Achei muito pertinente a proposta do dr. Eric. Resolvemos retomar, então, esse projeto de parceria da AMAERJ com a Cojes. A desembargadora Maria Helena imediatamente abraçou a ideia. Já estamos caminhando para montar a primeira turma”.
Para a desembargadora Maria Helena Machado, presidente da Cojes, o projeto “aproxima a parte teórica que os alunos têm nas universidades com a prática, especialmente para os que vêm do interior, que muitas vezes não têm acesso tão fácil a esse tipo de trabalho. Então, a gente aproveita o momento de muitos meios eletrônicos de comunicação para fomentar isso”.
O juiz Eric Scapim destacou o retorno da Turma Recursal Simulada. “A retomada do projeto é um grande prazer e traz alegria para mim, porque retomamos o contato com os alunos. Acho essencial.”
“As expectativas são positivas, dentro das circunstâncias nas quais nos encontramos, porque hoje a gente não pode fazer nada presencial em decorrência da pandemia. As sessões já estão sendo virtuais. A possibilidade de a simulação também ser virtual viabiliza o retorno do projeto”, acrescentou.
Idealizador do projeto em 2012, o juiz Paulo Jangutta fala que a iniciativa “capacita o universitário de certa forma, porque ao fazer uma sustentação oral, ele cria um fator de desinibição, pois consegue atuar como se fosse um advogado. O que na vida prática é exatamente aquilo que realizará. Irá à Turma Recursal defender seu cliente”.
O magistrado elogia a iniciativa do presidente da AMAERJ e da desembargadora Maria Helena.
“É uma atividade que a AMAERJ faz em prol sociedade e em prol dos alunos. É uma ferramenta do Poder Judiciário que leva o estudante de Direito a conhecer a nossa rotina. Queria elogiar a desembargadora, que teve muita sensibilidade de reviver esse projeto. E o presidente da AMAERJ também. Felipe teve essa boa vontade, inclusive de chamar as pessoas que criaram o projeto para retomá-lo”, disse o magistrado.
Para Jalles Pires, coordenador titular de Direito da Faculdade Estácio de Niterói, o projeto “traz o aluno para algo mais próximo da prática, traz para ele uma vivencia profissional. Quando é possível o estudante estar na prática lidando com as audiências, com as sessões com magistrados, ele vivencia de forma mais realística aquilo que vai exercer na profissão, independentemente da carreira jurídica que seguirá”, disse.
O coordenador adjunto da Estácio de Niterói, Rodrigo Drumond Melo, afirma que a proximidade com o Poder Judiciário pode ajudar os estudantes em suas escolhas profissionais. “O projeto realmente será um diferenciador para também motivar os alunos a buscarem seus objetivos com mais veemência, força e determinação.”