*O Globo
Um ano e oito meses depois de criar o Projeto Violeta, que garante segurança a vítimas de violência ao agilizar a tramitação de medidas protetivas de urgência, o 7º Juizado da Barra da Tijuca lança o Projeto Acompanha. A iniciativa vai formar grupos de homens para falar da violência doméstica.
“O objetivo é que eles tomem consciência da igualdade de gêneros. Não é só a violência de física, tem a psicológica, a verbal, a velada e a ameaça”, explica a juíza Cíntia de Andrade Guedes.
A partir de 12 de baril, explica a juíza, os homens que forem alvo de medidas protetivas poderão ser intimados a participar do Acompanha. O comparecimento será obrigatório. Nas conversas, eles serão instruídos inclusive sobre a importância de cumprirem a determinação da Justiça.
“Existem diversas implicações no descumprimento, e vamos falar sobre cada uma delas, além de abordar temas como uso de bebidas e outras drogas. Muitos desses homens também poderão ser encaminhados para grupos específicos que cuidam, por exemplo, de alcoolismo”, afirma.
Assim como acontece com as vítimas, os agressores também serão acompanhados por uma equipe formada por psicólogos e assistentes sociais.
“A ideia surgiu porque muitas vezes os homens se sentem mais à vontade com outros homens. Com cuidados e orientação, é possível que haja uma mudança (de comportamento). Os homens também precisam ser acolhidos”, acredita a juíza.
Outra novidade, conta ela, é um aplicativo desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Rio e pela UFRJ chamado Maria da Penha, que permite que as vítimas preencham seus dados e peçam medida protetiva sem precisar ir até uma delegacia.
“É importante lembrar que a Defensoria Pública funciona 24 horas e, com a mudança da Lei Maria da Penha, no ano passado, a vítima pode escolher o tipo de medida protetiva Houve um caso em que uma vítima não queria se afastar do companheiro, mas exigia que ele fizesse um tratamento”, lembra.
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