Novo presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Henrique Figueira afirmou, em entrevista no Salão Nobre antes da cerimônia de posse, nesta sexta-feira (5), que trabalhará pelo avanço tecnológico, pela mediação e para ampliar o número de magistrados no Estado.
“Nosso tribunal está com uma falta imensa de juízes, são praticamente 200 vagas em aberto de juízes. O concurso, infelizmente, parou por causa da pandemia. Já conversei com a banca organizadora para conseguirmos liberar o concurso”, disse.
Figueira ressaltou ser necessário, ainda, preencher vagas de servidores para prestar melhor jurisdição. “Precisamos muito de profissionais técnicos, ligados à tecnologia, assistência social e psicologia.”
Para o presidente, a pandemia mudará bastante as relações de trabalho. “Todos os segmentos da sociedade sentirão os efeitos. Precisamos saber como regularizar a situação do tribunal daqui para a frente. A atual administração fez um trabalho espetacular com relação a colocar o tribunal todo informatizado. Nossa produção cresceu na pandemia. O home office está funcionando super bem. O avanço tecnológico e a organização do tribunal para o futuro serão dois fatores importantes na gestão.”
Outro objetivo citado pelo desembargador é a redução da quantidade de processos. “Temos cerca de 8 milhões de ações em andamento, 60% são de execuções fiscais. Isso impacta muito a taxa de congestionamento, que precisa melhorar. A tecnologia, evidentemente, vai nos ajudar muito”, ressaltou.
“Mas precisamos tomar uma nova linha que acredito muito, que é a mediação. A nossa cultura jurídica é do litígio, da briga, precisamos mudar essa feição. Um acordo feito pelas próprias partes é melhor para todos. Tenho certeza que será um grande avanço do tribunal.”
Figueira também pretende trabalhar no aspecto social. “O tribunal tem uma função social relevante. Não é mais possível ter um tribunal enclausurado, é necessário que tenhamos iniciativa também no campo social. Quando atuamos nessa área, estamos minorando problemas que no futuro podem gerar mais processos.”
O novo presidente destacou que deseja fazer uma administração unida aos outros Poderes, “que nos traga bastante harmonia e prosperidade para o nosso Estado. Precisamos conviver em paz para que o progresso finalmente chegue ao nosso Estado do Rio de Janeiro.”