Magistrados celebram o aniversário da AMB em sessões na Câmara e no STJ
Por DIEGO CARVALHO, enviado especial a Brasília
As lutas associativas em defesa da magistratura, do Judiciário e da democracia nacional que marcam a história da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) foram celebradas em sessões comemorativas dos 70 anos da entidade, fundada no Rio de Janeiro. As celebrações aconteceram em 10 e 11 de setembro, no plenário da Câmara dos Deputados e no auditório do STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília.
Presente aos encontros, a presidente da AMAERJ, Renata Gil, ressaltou a relevância da AMB, a maior associação de juízes do mundo, com 14 mil associados.
“Este é um momento de muita alegria pra todos nós, magistrados. A AMB tem historicamente travado grandes batalhas para o Poder Judiciário, pilar do Estado Democrático de Direito. Isso ficou bem claro nas falas dos parlamentares sobre a importância das bandeiras históricas da AMB e da atuação no processo de democratização do país”, afirmou Renata Gil, para quem a AMB está presente em todas as questões que atingem a sociedade e a atuação do sistema de Justiça.
“O Poder Judiciário do Brasil é referência mundial por sua força e independência. Tudo o que a AMB faz nestes 70 anos é trabalhar para que isso se mantenha. Esperamos que, a partir desse intercâmbio de conversas e informações entre as instituições, que tem acontecido especialmente na gestão do presidente Jayme de Oliveira, consigamos evitar retrocessos. O trabalho é pela conscientização da pauta da magistratura no Executivo e no Parlamento, com o objetivo de avançar e tornar o Judiciário mais forte e independente”, acrescentou ela.
Magistrados de todo o país estiveram nas sessões. Sem poder comparecer em razão de uma viagem institucional, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), enviou mensagem parabenizando a AMB e os magistrados.
Independência e autonomia
Para o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, a AMB faz parte da história de manutenção da democracia brasileira.
“A AMB promove uma união de forças. Se temos um Poder Judiciário extremamente fortalecido e atuante, dotado de plena independência e autonomia, se deve em grande medida a essa luta histórica da AMB. A vida associativa nos mantém unidos na defesa dos valores e objetivos comuns. Passados 70 anos, a AMB permanece contribuindo como nunca para a unidade da magistratura nacional”, afirmou.
O presidente do STJ, João Otávio de Noronha, destacou a luta da AMB pelas prerrogativas que asseguram a independência e a isenção dos juízes e que blinda os magistrados de influências externas.
“São 70 anos de debates e trabalho árduo para atingirmos uma magistratura mais madura. A força e a independência da magistratura hoje devem muito aos bravos juízes que fundaram a AMB há 70 anos e aos que se associaram e defenderam o interesse de uma Justiça justa, independente, que garantisse a efetividade das tutelas jurisdicionais e a concretização dos direitos fundamentais. É com alegria e sabor de vitória que parabenizo todos vocês. Obrigado por nos ter dado juízes independentes”, afirmou o presidente do STJ.
O presidente da AMB, Jayme de Oliveira, se disse extremamente honrado em dirigir a Associação. “Parabenizo a magistratura brasileira, uma das melhores do mundo. Nestes 70 anos aconteceu muita coisa, e os juízes estavam lá, participaram ativamente dos momentos mais representativos da história do Brasil. Isso é motivo de orgulho. O aniversário é de vocês, colegas, que fizeram o nome dessa entidade. Parabéns a vocês.”
Homenagens
Jayme de Oliveira conduziu uma homenagem especial a 79 magistrados. Todos receberam um PIN, confeccionado em número limitado, como reconhecimento ao talento e à dedicação à defesa da magistratura brasileira e ao engrandecimento do Poder Judiciário. A presidente Renata Gil foi uma das agraciadas, assim como integrantes da diretoria da AMB, da Escola Nacional da Magistratura (ENM), ex-presidentes da entidade, presidentes de associações e os ministros Dias Toffoli, João Otávio de Noronha e Humberto Martins (corregedor nacional de Justiça).