Pouco antes das 16h deste sábado (11), 44 sonhadores pisarão o gramado do Maracanã. Eles não estarão em busca da taça do Campeonato Brasileiro: seu maior desejo é chamar alguém de pai ou mãe. Crianças e adolescentes entrarão de mãos dadas com os jogadores do Fluminense, no clássico contra o Botafogo, para apresentar o “Adote um vencedor”. O projeto promove a adoção tardia no Estado do Rio de Janeiro. Dos 377 aptos à adoção no Rio, 344 (91%) têm entre 7 e 17 anos.
Participam do projeto 62 crianças e adolescentes, que assistirão ao jogo no Maracanã e aparecerão nos telões durante a partida e no intervalo. Todos estão inscritos no Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e concordaram em participar do programa.
O projeto, iniciado na parceria entre a 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital e o Fluminense, agora inclui todas as Varas da Infância e Juventude do Estado, por meio da atuação da Cevij (Coordenadoria Judiciária de Articulação das Varas da Infância, da Juventude e do Idoso) do Tribunal de Justiça.
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O “Adote um Vencedor” será incorporado como estratégia do projeto “O ideal é real – adoções necessárias”, da AMB e da AMAERJ, lançado para todo o país em agosto de 2018. O juiz Sérgio Ribeiro (presidente da Cevij e diretor de Direitos Humanos e Proteção Integral da AMAERJ) diz acreditar que o projeto aumenta as chances de impulsionar as adoções tardias no Rio.
“São crianças e adolescentes em uma faixa etária que não é a prioritária entre os adotantes. No Brasil, há cerca de 42 mil pessoas querendo adotar. Se houver mudança no perfil escolhido, será possível zerar a fila de adoções no país”, disse o titular da 4ª Vara da Infância, da Juventude e Idoso da Capital, que explicará o projeto na abertura do jogo de sábado.
Nesta sexta-feira (10), véspera do jogo, os participantes do projeto visitarão os jogadores do Fluminense no Centro de Treinamento Pedro Antônio Ribeiro da Silva, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Na parceria, o time tricolor é representado pela diretora social, Daniella Neves Maximiano. O projeto tem o apoio da Angaad (Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção) e das empresas Wert Comunicação, Pro Imagem, Guerreirinhos e Square Pixel.
Dados do CNA
De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), a partir do nascimento, há 5.008 crianças na fila de adoção no Brasil – 377 no Rio de Janeiro (7,53% do total).
A quantidade de crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos à espera de uma família, em todo o país, é de 4.614 (92,13% do total nacional), sendo 344 (91% do total estadual) no Rio.