*Migalhas
A AMB lançou nova pesquisa para diagnosticar o perfil do magistrado brasileiro. Após duas décadas desde a primeira, a Associação aponta relevantes aspectos sobre o perfil socioeconômico dos juízes.
A origem familiar dos magistrados chamou a atenção dos pesquisadores. O estudo mostra que o ingresso na carreira da magistratura caracteriza uma trajetória de mobilidade social.
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Observando a escolarização dos pais e mães dos magistrados cerca de 29% dos pais de juízes de 1º grau e 33,3% dos de 2º grau têm escolaridade baixa. Um pouco menos escolarizadas, as mães dos magistrados acompanham essa distribuição. “A perspectiva, portanto, de que o recrutamento de juízes se dá apenas nos estratos mais altos da sociedade não se confirma no caso brasileiro, percebendo-se, alternativamente, um cenário de recrutamento plural”, explicam os autores da pesquisa, Luiz Werneck Vianna, Maria Alice Rezende de Carvalho e Marcelo Baumann Burgos.
Perfil socioeconômico
A pesquisa revela que quase 80,6% dos juízes de 1º grau se declaram brancos e, 18,4% pardos e pretos. Entre os juízes de 2º grau, o percentual de autodeclarados brancos aumenta para 85% e número de pretos e pardos cai para 11,9%.
Os dados se aproximam, segundo o relatório, da pesquisa realizada pelo CNJ na qual aponta que 81% dos magistrados se declaram brancos e 18%, pretos e pardos.
No que diz respeito à religião predominante dos magistrados, quase 60% dos juízes de 1º grau são católicos e 13,9% são espíritas. Em comparação com a pesquisa realizada há duas décadas pela AMB, 79,9% dos juízes de 1º grau eram católicos e 5,4% espíritas e, entre os juízes de 2º grau, o percentual de católicos chega a 69%.