O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), João Otávio de Noronha, defendeu, nesta sexta-feira (13), que os presos brasileiros devem ser ressocializados com o objetivo de se evitar mais crimes e superlotação dos presídios.
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Para Noronha, o país possui o dever de punir e reprimir, mas o sistema existente serve tão somente para manter o sujeito afastado da sociedade. “As saídas temporárias dos presos estão na lei. As pessoas falam que os presos fogem e, por isso, são contra o ‘saídão’. Nesses casos, é preciso que haja uma gestão prisional”, defendeu.
O ministro é defensor, por exemplo, do acesso do condenado ao trabalho. “Segundo a LEP, é um dever social e condição de dignidade humana. Além disso, o condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir parte do tempo de sua execução. Para cada três dias de trabalho, abate-se um dia da pena”, disse.
Ele comparou a situação brasileira com a de outros países, nos quais o objetivo da prisão é o encarceramento, sem execração pública da mídia, por exemplo. “O objetivo é ser recuperado. No Brasil, alguém entra na cadeia meio ‘aprendiz’ e sai doutor na prática do crime”, ponderou.
Segundo o ministro, este é o momento para rediscutir a preocupação do estado de recuperar o preso. “Ele tem que voltar a se socializar. Os indultos têm que ser feitos, não temos penas e prisão perpétua”, disse.
Noronha ressaltou que a tarefa da ressocialização é abrangente demais para caber a apenas um ente da sociedade. “A reinserção do indivíduo na sociedade é tarefa não somente do Estado, pois se trata de um assunto de extrema complexidade, que precisa ser mais analisado.”
Fonte: ConJur