Judiciário na Mídia Hoje | 23 de agosto de 2018 12:38

Justiça mantém anulação de testamento de milionário da Mega-Sena

Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro | Foto: Reprodução

Os desembargadores da 17ª Câmara Cível do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) negaram, nessa quarta-feira (22), o recurso de Adriana Almeida e Renata Senna, viúva e filha do milionário da Mega-Sena Reneé Senna, e do testamenteiro Marcos Pizarro. Eles eram contra a decisão que anulou o último testamento feito por Reneé antes de ser assassinado, em 2007, em Rio Bonito (no Rio de Janeiro). O documento foi anulado em fevereiro deste ano a pedido dos irmãos de René, que haviam sido excluídos.

Com a decisão, a cabeleireira Adriana Almeida, já condenada pela morte do companheiro, continua sem direito à herança.

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Testamento em jogo

Em fevereiro deste ano, a 17ª Câmara Cível aceitou o recurso dos familiares de Renné Senna, assassinado em Rio Bonito, no interior do estado, e anulou o testamento em que eram beneficiárias a viúva Adriana Almeida, condenada pelo crime, e a filha dele, Renata Senna. 

Segundo o desembargador Elton Leme, relator do processo, o testamento feito em 2006 é nulo porque favorecia a viúva, que não estava legitimada a receber a herança em razão de ter sido condenada criminalmente pela morte dolosa de Renné.

Marcos Pizarro Ourivio, inventariante nomeado por Renné, também réu no processo, tinha interesse na celebração do ato, pois era sócio-gerente da empresa que administrava os bens. Além disso, as testemunhas levadas por ele eram funcionárias da empresa.

Assassinato premeditado

O ex-lavrador Renné Senna ganhou R$ 52 milhões na Mega-Sena em julho de 2005 e foi assassinado quase dois anos depois na porta de um bar em Rio Bonito, onde morava. Os matadores estavam em uma moto e dispararam contra Renne, que morreu com quatro tiros. A viúva, Adriana Almeida, 25 anos mais jovem que Sena, foi apontada pela polícia como a mandante do crime, supostamente motivada pela herança.

O caso foi encerrado em dezembro de 2016, quando Adriana Almeida foi condenada a 20 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado. Ela era cabeleireira na cidade e foi levada por uma irmã da vítima a passar o Natal na casa do milionário, que ele tinha adquirido num condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. Durante a festa de fim de ano, Adriana se aproximou de Renné e começou a namorá-lo. Humilde, ele decidiu voltar para Rio Bonito, onde nascera, e, meses depois, se casou com Adriana. Ela afastou o ex-lavrador de sua família, inclusive de sua filha.

Fonte: Agência Brasil