A chacina da Candelária completa 25 anos nesta segunda-feira (23). O desembargador aposentado José Geraldo Antônio, que atuava no 2º Tribunal do Júri à época do julgamento, relembrou em reportagem da GloboNews a punição aplicada aos quatro assassinos. “Pela barbárie dos fatos e dos atos praticados, entendi que era um caso de aplicar a pena máxima, o que não era muito comum”, disse. As penas de cada réu ultrapassaram 200 anos de prisão.
Antônio também afirmou que a Justiça cumpriu seu papel na condenação dos policiais militares acusados do crime que chocou o país. “Se a lei prevê uma progressão de regime, e limita a 30 anos [de totalidade da pena], tem que ser cumprida – embora a opinião pública entenda que determinados crimes merecessem uma punição definitiva e até eterna. E, no caso da Candelária, foi feito isso. Todos foram condenados e cumpriram pena, até onde foi possível.”
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Massacre na Candelária
Na madrugada de 23 de julho de 1993, oito crianças e jovens moradores de rua, com idades entre 11 e 19 anos, foram assassinadas a tiros de fuzil na frente da Igreja da Candelária, no Centro do Rio. As vítimas estavam dormindo. Eram cerca de 40 jovens no local, e a maioria conseguiu fugir.
Uma das vítimas, Wagner dos Santos, foi testemunha-chave para se chegar aos PMs posteriormente condenados. À época ele tinha 21 anos, e foi alvejado no crime e em um atentado depois do massacre.
A investigação chegou a quatro autores do crime, todos do 5º Batalhão da Polícia Militar do Rio. Maurício da Conceição morreu antes do julgamento. Nelson Oliveira dos Santos Cunha foi condenado a 261 anos; Marcos Aurélio de Alcântara, a 204 anos; e Marcus Vinícius Emmanuel Borges, atualmente foragido, a 300 anos.
Veja a íntegra da reportagem da GloboNews.