AMAERJ | 08 de abril de 2018 15:29

Com apoio da AMAERJ, Marcha pelo Autismo reúne 8 mil no Leblon

Símbolo do autismo, a cor azul tomou conta da Avenida Delfim Moreira, no Leblon (Zona Sul do Rio), neste domingo (8). Um mar de gente, de alegria e de esperança se formou em ato que pediu mais respeito e inclusão. A Marcha pelo Autismo reuniu 8 mil pais, filhos e parceiros da causa para conscientizar a população sobre o transtorno de desenvolvimento que atinge 70 milhões de pessoas no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Liderada pela juíza do TJ-RJ Keyla Blank de Cnop, a AMAERJ apoiou o evento, distribuiu panfletos e tirou dúvidas sobre os direitos dos autistas.

Pioneira no Brasil, a marcha no Rio de Janeiro foi promovida pela oitava vez. O ato também acontece em outras cidades como Niterói, Campos dos Goytacazes e São Paulo. “Antes da caminhada, pouco de falava sobre o autismo. Atualmente, já temos um movimento forte e plural. Conseguimos difundir o tema”, disse a juíza, que é titular do 16º Juizado Especial Cível e membro da Turma Recursal.

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Uma das organizadoras da marcha, Keyla Blank é mãe do Artur, de 13 anos, que tem autismo. Ela destacou a necessidade da aproximação entre pais de autistas e juízes.

“A maior demanda hoje é a inclusão escolar. Essa inclusão vai muito além da vaga, é preciso um olhar individualizado. Quando a escola não oferece os instrumentos adequados, os pais às vezes se recolhem e não sabem demandar. Minha intenção é aproximar pais e juízes para que eles sintam que a Justiça não está distante deles. Quero também que os juízes conheçam essa realidade dos pais, que tanto necessitam de um provimento jurisdicional favorável.”

Celebrado na segunda-feira (2), o Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi criado em 2007 para difundir informações sobre o TEA (Transtornos do Espectro Autista). No Brasil, 2 milhões de pessoas tem o distúrbio neorológico. “Já temos ações por todo o país para a inclusão dessas crianças. Isso demonstra evolução, mas ainda há muito a ser feito”, afirmou Keyla Blank.

O Ministério Público e a Defensoria também participaram da caminhada, que teve um percurso de 1km. Durante o trajeto, diferentes pessoas que passavam pela orla aderiram ao ato, como a atriz Giulia Gam. Ela fez questão de vestir a camisa e participar da caminhada. Em entrevista à TV Record, a artista elogiou o panfleto feito pela AMAERJ sobre as características de uma criança autista. “É fundamental saber reconhecer esses sintomas. Fiquei muito feliz e emocionada em ver esse trabalho em defesa das crianças”, disse.

Autismo

O transtorno causa problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na interação e comportamento social da criança. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o autismo atinge ambos os sexos e todas as etnias, no entanto o número de ocorrências é maior entre o sexo masculino (cerca de 4,5 vezes).

O autismo não tem cura e suas causas ainda são incertas, mas pode ser tratado para que o paciente possa se adequar ao convívio social e às atividades acadêmicas. Quanto antes o autismo for diagnosticado melhor.