* O Globo
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, disse nesta quinta-feira a senadores de oposição que “a hora é de serenidade, de calma e de cumprimento da lei”. O grupo foi recebido no gabinete da ministra para falar sobre a ação apresentada ao tribunal contra o decreto presidencial que autorizou o uso das Forças Armadas para reforçar a segurança em Brasília. Durante o encontro, o decreto foi revogado, mas os parlamentares aproveitaram para tratar da crise política no país.
Cármen Lúcia afirmou que o STF não é um espaço político, e sim “uma Casa em que aplicamos o direito” e recomendou prudência e racionalidade a todos. “Ou o Brasil se salva com a Constituição, ou vamos ter mais problemas”, afirmou. Para a ministra, os agentes públicos têm uma responsabilidade para com o cidadão, “que está angustiado, sofrido, alarmado com tudo”. E concluiu: “Se não se acreditar mais nas instituições, poderemos, aí sim, ter crises institucionais sérias”.
A imprensa não assistiu à reunião, mas a assessoria do tribunal divulgou os assuntos tratados à tarde. Aos senadores, a ministra disse que o STF está sempre aberto ao Legislativo e à sociedade. “Recebo os senhores quantas vezes precisarem”, disse. “Este prédio é do povo, não é de nenhum de nós”, acrescentou.
Participaram do encontro os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA), João Capiberibe (PSB-AP), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e o deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ).