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Jovens que cometeram crimes e cumprem medidas socioeducativas ganharam uma chance de mudar pelo trabalho: eles fazem parte da primeira turma do projeto Jovem Aprendiz, por meio do qual tentam encontrar um novo rumo para suas vidas.
O programa consiste na capacitação profissional de jovens, no qual as empresas contratam os aprendizes com base em cotas sociais, e 330 vagas foram abertas para internos das unidades do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), responsável pela guarda dos menores infratores, graças a uma parceria com o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), Defensoria Pública, Ministério Público e Ministério do Trabalho.
Quatro empresas compraram a ideia e ofereceram 400 vagas aos jovens, que vão receber uma bolsa de R$ 600. E os que forem liberados pela Justiça antes de terminar o curso também passam a receber vale-transporte.
Nos próximos 12 meses, eles aprenderão a ser empreendedores, terão quatro horas de aulas por dia, pela manhã ou à tarde, sempre em horário diferente do da escola regular – estar matriculado na rede de ensino é pré-requisito para participar do Jovem Aprendiz.
O programa também exige que os jovens tenham carteira de trabalho, o que leva alguns a reações de alegria, simplesmente por ter o documento. “Quando peguei a carteira de trabalho na minha mão, assinada, eu falei ‘Caraca, meu irmão, não estou nem acreditando'”, conta um dos adolescentes. “Nunca tive identidade. Na primeira vez que me chamaram fiquei bobo, parecia ouro na mão. Alegria”, diz outro.
Apesar da aposta, os menores sabem que o jogo não está ganho e que ainda precisam vencer muita coisa, inclusive o preconceito. “Lá fora pensam que a gente é bicho, não é ser humano. Eu sei que fui errado e me arrependo, eu penso nas pessoas que roubei, nas pessoas que maltratei, maltratei minha família também”, diz um deles, esperançoso: “Com uma chance a pessoa pode se levantar”.
Fonte: G1