AMB | 16 de dezembro de 2016 01:09

Magistratura é “bode expiatório” da crise, diz corregedor nacional de Justiça Noronha

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O corregedor nacional de Justiça, ministro do STJ João Otávio Noronha, afirmou que a magistratura é o “bode expiatório” da crise, e passou a ser atacada para tirar o foco dos problemas em outros poderes da República. As declarações foram feitas nesta quinta-feira (15), na posse do novo presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), Jayme de Oliveira, a um público formado por magistrados. O Congresso Nacional tem aprovado, em alta velocidade, uma série de projetos de lei contra a magistratura, em retaliação à atuação firme em ações de todo o país, simbolizada pela Operação Lava-Jato.

“É a segunda crise que passamos com o Senado. Em 2005, com ataques violentos, eis que surge a Emenda Constitucional 45, do CNJ, e colocavam a Justiça como caixa-preta… Tem crise no Executivo e no Legislativo, e o bode expiatório é o Judiciário! Agora tem outra crise econômica sem precedentes. E quem é eleito o bode expiatório? A magistratura brasileira! E por quê? Não é o Judiciário que toma a iniciativa de investigar, é destinatário de investigação”, afirmou, e foi muito aplaudido.

Segundo Noronha, o momento é de união e de proteger os juízes. “Exerço um dos mais espinhosos cargos da República, o de corregedor nacional, mas não me intimido. Disse em minha posse: talvez o principal papel da corregedoria e do CNJ seja o de blindar o juiz. Não me refiro ao corporativismo pejorativo, mas ao importante para a independência. É blindar da mídia, da ação política, das corregedorias”, disse.