* Folha de S.Paulo
Ao menos seis torcedores corintianos foram presos na manhã desta terça-feira (8) sob suspeita de terem ameaçado a juíza Marcela Assad Caram, que determinou a prisão de 31 torcedores do Corinthians após confronto com policiais militares no Estádio do Maracanã, no dia 23 de outubro.
A operação, em parceria com a polícia do Rio, cumpre oito madados de prisão temporária e dez de busca e apreensão em São Paulo, na Grande São Paulo e no litoral paulista (Itanháem, Osasco, Carapicuíba e alguns bairros da capital). Os mandados foram expedidos pela 6ª Vara Criminal do Rio.
A delegada Kelly Andrade, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), informou que a Justiça determinou ainda dois mandados na Bahia, sendo um de prisão temporária e outro de busca e apreensão.
De acordo com a delegada Margarete Barreto, do Drade (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva), os torcedores detidos –de organizada e comuns– estão no DHPP e, depois de passarem pelo IML (Instituto Médico Legal), serão levados para o Rio de Janeiro.
Dos seis presos nesta terça, quatro já tinham passagens pela polícia por intolerância esportiva, que de acordo com Kelly Andrade são delitos capitulados no estatuto do torcedor. Os nomes e os artigos que eles já foram enquadrados não foram anunciados. Os torcedores devem responder pelos crimes de associação criminosa e coação no curso de processo.
“Nós temos a informação de que três são da Gaviões da Fiel e um da pavilhão 9”, afirmou Ricardo Cabral, advogado da torcida organizada Gaviões da Fiel.
A juíza Marcela Assad Caram tem sido alvo de ameaças nas redes sociais após a decisão de manter a prisão dos torcedores corintianos. Na ocasião, a Amerj (Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro) considerou os ataques covardes e manifestou apoio à magistrada.
“A magistrada exerceu sua função de acordo com a lei e sua convicção em um caso grave, que infelizmente se repete nos estádios de futebol de nosso país. Desde então, tem recebido virulentas agressões verbais e ameaças pelas redes sociais. Fotos suas e de sua família foram reproduzidas pela internet, junto a comentários ofensivos e estimulando a violência, expondo sua segurança e a de seus parentes”, disse, em nota, a associação.
Ricardo Cabral disse ainda que dois deles confirmaram as postagens no perfil do marido da juíza. Segundo ele foi uma ação “no calor da emoção porque estavam indignados com a situação dos presos no Rio de Janeiro”.
Em entrevista coletiva, a delegada titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio De Janeiro (DRCI), Daniela Terra, afirmou que todos os apreendidos serão encaminhados ainda nesta terça-feira para a cidade da Polícia, no Rio.
Terra ainda afirmou que “novos elementos de prova foram identificados e em breve novas operações como essa serão realizadas”.
CONFUSÃO
No dia 23 de outubro, a polícia do Rio deteve 40 torcedores do Corinthians após confronto no jogo de reabertura do Maracanã entre Corinthians e Flamengo. Ao final da partida, a polícia isolou todos os torcedores corintianos presentes no estádio e deteve 39 suspeitos de participar da briga.
Na sequência, oito corintianos foram liberados e 31, detidos –horas depois, um torcedor que é menor de idade também foi liberado.
Fonte: Folha de S.Paulo