Na conferência magna de encerramento do seminário “Corrupção e Violência: reféns, até quando?”, realizado no TJ-RJ, a vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, afirmou na sexta-feira (2) que não se considera refém da violência ou da corrupção. A ministra conclamou a sociedade a lutar contra todos os que utilizam dos métodos que, para ela, contribuem para a descrença nas instituições. O presidente da Amaerj compôs a mesa de encerramento do seminário e entregou um kit do 4º Prêmio Juíza Patrícia Acioli de Direitos Humanos para Cármen Lúcia.
“Não queria estar aqui para encerrar um seminário, mas sim, para poder anunciar que a corrupção e a violência acabaram em todo o mundo. Me sinto em uma situação de desconforto com esses males, mas nem por isso eu sou refém deles. Temos que ter a audácia de lutar contra aqueles que lançam mão da violência e da corrupção. Porque o medo nos deixa mais vulneráveis. Se eu em sentir refém, o outro vai se sentir mais à vontade para me fazer o mal”, afirmou a ministra.
A ministra criticou o que considerou a explicitação da violência, que não pode permitir que a sociedade se torne insensível. “Estamos vivendo, no mundo, em um estado de guerra. Degola-se uma pessoa, hoje, na frente da câmera de uma TV para afrontar a todos nós. E existem pessoas que assistem a isso sem se importar. Corremos o risco de a população não se sensibilizar mais com essas cenas”, considerou.
A desconfiança da sociedade em relação às instituições e às próprias pessoas também foi destacada pela ministra. Ela encerrou sua participação elogiando a iniciativa o Tribunal de Justiça do Rio de promover o seminário para fomentar a discussão com a sociedade.
“Estamos vivendo um momento de profunda desconfiança em relação às instituições e aos nossos próprios vizinhos. O outro, agora, passou a ser o inimigo. Que sociedade é esta que estamos criando? Por isso, não poderíamos ter uma iniciativa melhor do que essa, do Tribunal de Justiça do Rio, de promover a discussão com a sociedade, possibilitando que o cidadão possa ter conhecimento dos seus direitos e de como enfrentar a violência e a corrupção”.
Ao final, a ministra deu uma última dica. “Ande sempre com a Constituição embaixo do braço. Ela é uma excelente aliada para você reivindicar seus direitos e se defender”, afirmou. O presidente do TJ-RJ, desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, encerrou o seminário agradecendo a participação da ministra e aproveitando para elogiar o empenho e dedicação de todos os que colaboraram para a realização do seminário.
Fonte: TJ-RJ | Fotos: Rosane Naylor