Notícias | 09 de setembro de 2015 15:36

Discussão sobre eleições diretas avança na Câmara dos Deputados

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 187/2012 deve ser encaminhada ao plenário da Câmara dos Deputados até o fim de outubro. Esta é a previsão do deputado Vinicius Carvalho (PRB/SP), que presidiu na tarde de ontem (8) audiência pública para discutir a proposta que prevê eleições diretas nos tribunais. “Calculamos que até o fim de setembro terminam as 20 sessões definidas no início dos trabalhos e até o fim de outubro a proposta esteja pronta para ir a plenário. Essa é a percepção que tenho”, disse o parlamentar, que se posiciona a favor da PEC. “Os tempos mudaram, evoluíram, e o Judiciário tem de acompanhar essa evolução social”, acrescentou. O presidente da Amaerj, Rossidélio Lopes, que esteve presente na audiência, disse que as eleições diretas são um movimento histórico da magistratura.

“A democratização é necessária para revitalizar os tribunais de Justiça. No Rio, tentamos mudar o regimento do tribunal (TJ-RJ) e perdemos por um voto”, ressaltou. Participaram da audiência como debatedores a ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Maria Helena Mallmann e o presidente da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis), Jayme Martins de Oliveira Neto. Ambos favoráveis às eleições diretas. Presidente da Associação dos Magistrados do Estado de Sergipe (Amase) e coordenador da campanha pelas eleições diretas da AMB, o juiz Gustavo Plech representou a entidade na audiência ao lado do presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Pará (Amepa), Heyder Ferreira.

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Presidentes das Associações participaram de audiência sobre as Diretas na Câmara

Jayme Oliveira foi o primeiro a falar. Disse que a eleição direta nos tribunais é um tema caro para a magistratura brasileira e destacou a luta do presidente da AMB, João Ricardo Costa, em favor da democratização do Judiciário. “Não queremos politizar a magistratura no sentido pejorativo, mas fazer com que a magistratura se envolva na eleição do seu tribunal. A sociedade mudou e o Judiciário também precisa mudar. Temos uma magistratura que os senhores podem se orgulhar, que saberá honrar essa responsabilidade”, destacou.

A ministra Maria Helena Mallmann falou logo em seguida. Disse que o Judiciário evoluiu nas últimas três décadas, mas precisa evoluir ainda mais. “Acredito nas instituições, na democracia, e por acreditar no fortalecimento das instituições, deixo aqui o meu apelo pela aprovação dessa proposta”, destacou a ministra.

Maria Helena Mallmann ingressou na magistratura em 1981. Promovida desembargadora no Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT/RS) em 2001, exerceu a vice-presidência e a presidência. Também ocupou a presidência da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região (Amatra IV) e da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra). “É importante que os juízes de primeiro grau participem das deliberações e decisões em relação ao futuro do Judiciário”, disse.

Para o presidente da Amase, Gustavo Plech, a magistratura espera há muito pela aprovação das diretas. Ele mostra que, em Sergipe, uma enquete apontou que a maioria – 90% — é a favor da democratização. “As eleições diretas representam um ganho para toda a sociedade”, resumiu. “Entendemos que a democratização do Judiciário é crucial para a melhoria da prestação juridiscional”, acrescentou o presidente da Amepa, Eyder Ferreira.

A próxima audiência está marcada para o dia 16 de setembro. Também nesta terça, os deputados aprovaram requerimento sugerindo a oitiva dos seguintes debatedores: a desembargadora Maria das Gracas Viegas Paranhos, presidente do TRT da 1ª Região (RJ); a desembargadora Cleusa Regina Halfen, presidente do TRT da 4ª Região (RS); desembargador Carlos Henrique Bezerra Leite, do TRT da 17ª Região (ES); e o desembargador Almino Padilha, presidente do TRT de Roraima.

Fonte: Amaerj com informações e foto da AMB