“Vivemos a pior seca dos últimos 85 anos”. Essa foi a realidade apresentada por André Luis de Paula Marques, diretor-presidente da Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Agevap), durante o debate promovido pelo TJ-RJ ontem (25) e exibido por videoconferência para outros fóruns, com o objetivo de discutir o quadro da crise hídrica no estado e os meios de conter a situação. Participaram da mesa, o desembargador Jessé Torres, presidente da Comissão de Políticas Institucionais para Promoção da Sustentabilidade; e o juiz Renato Sertã, magistrado que mediou o evento.
Também estiverem presentes o diretor de Produção e Grande Operação da Cedae, Edes Fernandes de Oliveira; e o procurador-geral do Estado, Carlos Costa e Silva Filho.
Em sua fala, o representante da Agevap lembrou também que os órgãos responsáveis precisam adotar medidas mais eficazes para regularizar, a longo prazo, a situação das bacias do rio Paraíba do Sul, que abastece o Rio de Janeiro. “Se fizer a gestão direito, tem água para todo mundo”, disse.
Segundo ele, um passo importante já foi dado: mudar a prioridade dos recursos do rio, que eram majoritariamente utilizados na geração de energia elétrica e passam a ter como foco o abastecimento humano. “Não há risco de ficar sem luz porque o sistema nacional de energia é interligado.”
Edes Fernandes de Oliveira reforçou os dados apresentados e lembrou que a questão da crise não passa somente pelas questões ambientais, mas também políticas e sociais. Ele salientou que em 2014 o nível das reservas de água não chegou a subir em momento algum e que, apesar de hoje a situação estar melhor, ainda há muito o que fazer. “Ainda não temos aqui uma crise de abastecimento público e não podemos deixar que chegue a isso”, disse.
O desembargador Jessé Torres enfatizou a necessidade de nós brasileiros, a partir do nosso governo, tomarmos uma posição clara, a nível internacional, em apoio às iniciativas que venham garantir um compromisso sustentável. Ele também destacou a importância da reunião que a Organização das Nações Unidas (ONU) promove em dezembro deste ano na cidade de Paris para debater o Protocolo de Quioto. “No encontro se concentra grande esperança de que o Protocolo seja transformado para que se adeque às necessidades da atual situação mundial”, disse.
Fonte: TJ-RJ | Foto: Brunno Dantas