Notícias | 22 de junho de 2015 16:47

Juízes do Rio realizam mais de mil casamentos em São João de Meriti

A emoção e a felicidade tomaram conta dos moradores da Baixada Fluminense no sábado (20). Em dia de celebrar o amor, mais de 2 mil pessoas disseram “sim” no Fórum de São João de Meriti. Na ocasião, 23 juízes do Rio de Janeiro realizaram a conversão de união estável em casamento de mais de mil casais, na 4ª edição do projeto “Viva São João”. A Amaerj parabeniza todos os magistrados que trabalharam de forma gratuita durante as 12 horas de mutirão. O juiz Carlos Elias Gonçalves aproveitou o momento e também oficializou sua união. 

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Trabalharam no “Viva São João IV” os juízes Adriana Angeli de Araújo de Azevedo Maia, Andreia Florencio Berto, Adriana Costa dos Santos, Ana Beatriz Mendes Estrella, Anna Luiza Campos Lopes Soares, Carla Silva Correa, Carlos Elias Silvares Gonçalves, Cláudia Maria de Oliveira Motta, Daniel Konder de Almeida, Diego Ziemiecki, Eron Simas dos Santos, Guilherme Rodrigues de Andrade, Ingrid Carvalho de Vasconcellos, Leonardo Cardoso e Silva, Lysia Mesquita Amaral Figueira, Mabel Christina Castrioto Meira de Vasconcellos, Marcelo Chaves Espindola, Marco Aurelio da Silva, Mirian Teresa Castro Neves de Souza Lima, Nathalia Calil Miguel Magluta, Paula Feteira Soares, Raquel Gouveia da Cunha Portugal, Rosana Simen Rangel de Figueiredo Costa, Roberta dos Santos Braga Costa e Simone Lopes da Costa.

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Solenidade presidida pela juíza Simone Lopes da Costa foi realizada na Praça dos Três Poderes

Os casais destacaram a oportunidade única de realizar o casamento gratuito. E teve quem, como a secretária Adriana, aproveitasse para recasar também. “Eu e Renê nos casamos novos. Eu tinha 15 e ele 18 anos, tivemos três filhos e, com 15 anos de casados, nos divorciamos. Ficamos dois anos separados. Há 9 anos voltamos e hoje decidimos casar novamente. Casar sem precisar pagar é muito importante. Estávamos esperando essa oportunidade, juntamos dinheiro, mas como o momento está muito difícil, não seria possível. O que a Justiça está fazendo por nós é maravilhoso”, afirmou a noiva.

Em seguida, de forma divertida, a juíza Cláudia Motta repreendeu o casal. “É a última vez que vocês se casam, não vai haver mais divórcio! Tem que ser para sempre”, disse a magistrada.

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Adriana e Renê trocam alianças em frente a juíza Cláudia Motta

O mutirão durou cerca de 12 horas e também ofereceu serviços de assistência jurídica e regularização do registro civil. Os magistrados trabalharam de forma gratuita para a realização do evento, que ainda contou com a participação de dez defensores públicos e quatro promotores de justiça.

Na ocasião, também foram realizados casamentos homoafetivos. O casal das jovens Carolina e Taís estava radiante. “Esse casamento veio em um momento exato. Nós estamos a cinco dias de completar três anos juntas e queríamos exteriorizar isso. Está sendo muito importante para nós, nos dedicamos a realizar algo que queríamos há muito tempo. Temos certeza que queremos estar sempre juntas e não existe nada melhor do que casar para demonstrar isso”, afirmou Carolina.

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Taís e Carolina, com o filho, e a juíza Cláudia Motta durante a realização do casamento

Juiz também se casa

Nas salas do Fórum, em cada audiência de conversão, a mesma cena: um magistrado e um casal, cada um representando o seu papel. O juiz Carlos Elias Gonçalves, porém, teve a oportunidade de viver os dois lados. Após casar dezenas de pessoas, o magistrado tornou-se o próprio noivo. Após 16 anos de relacionamento com a servidora Márcia Soares, Carlos Elias decidiu casar-se no casamento coletivo. “O objetivo dessa ação do Tribunal é formalizar a relação das pessoas que já convivem há muito tempo juntas. O documento, a certidão de casamento, sintetiza todo esse tempo de relacionamento e facilita a vida de ambos em relação aos direitos de cada um. Por isso eu também resolvi formalizar a relação com a minha companheira convertendo em casamento”, declarou o juiz.

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Juiz Carlos Elias e servidora Márcia Soares (centro) convertem união estável em casamento

Apoiado pela Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), o evento contou com parceria entre o Tribunal de Justiça (TJ-RJ), a Prefeitura de São João de Meriti, o Detran, o Ministério Público, a Defensoria Pública e a OAB-RJ.

Organizadora do “Viva São João”, a juíza Lysia Figueira explica que a oficialização do casamento dá uma segurança jurídica ao casal. “A união estável é equiparada ao casamento, mas os cônjuges precisam comprovar a relação para garantirem os seus direitos. O casamento oficializado já é a comprovação da união. Os cartórios cobram, em média, R$ 800 para oficializar o casamento. É muito bom podermos oferecer esse serviço gratuito para a população”.

Reportagem na TV

O “Viva São João” foi destaque na TV Globo. Os casamentos foram tema de reportagem exibida no RJTV, no sábado (20). Clique na imagem abaixo para assistir:

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Viva São João

Idealizado pelas juízas Cláudia Motta e Lysia Figueira, o projeto é realizado em São João de Meriti todo fim de semana próximo ao dia 24 de junho (exceto em anos de eleições municipais), data da celebração de São João, o padroeiro da cidade. O “Viva São João” mobiliza juízes, promotores e defensores públicos a fim de facilitar o acesso da população à Justiça, através da prestação jurisdicional gratuita. Nesse dia, o Fórum da cidade abre as portas para a realização de audiências para a conversão de união estável em casamento, regularização do registro civil e combate ao sub-registro, emissão de carteira de trabalho, inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF), regularização de benefícios da Previdência Social, entre outras ações de inclusão na cidadania.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Amaerj