O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, participou ontem (21) da cerimônia de abertura da Campanha de Doação de Medula Óssea, promovida sob a organização do Departamento de Ações Pró-Sustentabilidade (Deape) e em parceria com o Departamento de Saúde do TJ-RJ (Desau) e com o Hemorio. A campanha será realizada na próxima quarta-feira (27), das 9 às 16 horas, no térreo da Lâmina III do Tribunal. Participaram também, da mesa de abertura da campanha a juíza auxiliar da Presidência, juíza Adriana Ramos de Mello; o juiz Luiz Roberto Ayoub; a diretora do Deape, Rosilea Di Masi Palheiro; e o diretor do Departamento de Saúde do TJ-RJ, médico Carlos Henrique Poubel Ferrari.
Na avaliação do presidente, a campanha é mais uma atividade que reforça a mudança de filosofia do Tribunal em relação à participação em campanhas sociais. “Há alguns anos o TJ-RJ não tinha o hábito de desenvolver campanhas que não fossem, absolutamente, jurídicas. Nos últimos tempos, o Tribunal voltou sua atenção para as campanhas como o casamento comunitário e os programas Justiça Cidadã e Justiça Itinerante, entre tantos outros, com o objetivo de criar, fomentar e estimular o desenvolvimento de projetos sociais. O problema do Judiciário não é só resolver processos, mas, também, buscar a pacificação social. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro só tem que se orgulhar de se integrar e de fazer parte desse importantíssimo projeto social que é a doação de medula óssea”, afirmou o presidente.
Para esclarecer sobre a campanha de doação, a enfermeira Orleans Cabral, da coordenação técnica do Setor de Hemoterapia do Hemorio, apresentou a palestra “A Importância da Doação de Medula Óssea e a Doação de Sangue”, explicando quem pode participar da campanha e o processo de seleção do doador, a partir da compatibilidade com o paciente que necessita da doação.
“Pode se cadastrar quem tiver de 18 a 55 anos. Mas é importante que ele tenha certeza de quer participar do cadastro de doadores. Isso porque vai permanecer no cadastro até completar 59 anos. E não existe data para ser chamada para a doação”.
A enfermeira enfatizou a necessidade de ampliar o número de candidatos à doação como forma de aumentar a possibilidade de compatibilidade com um paciente que esteja na fila de espera.
“No dia da campanha, o candidato à doação deverá comparecer com um documento original ou autenticado com foto. Depois de concluir o cadastro, serão coletados 5ml de sangue, para serem identificadas características genéticas do doador. Esse material será cadastrado no Registro Nacional dos Doadores de Medula Óssea (Redome). Esse Registro é comparado com o Registro Nacional dos Receptores de Medula Óssea (Rereme), para se verificar a compatibilidade. Essas campanhas são importantes para tentarmos ampliar o cadastro de doadores. Hoje, a chance de um paciente encontrar um doador compatível é de uma em 100 mil pessoas”.
Durante a cerimônia, o juiz titular da 1ª Vara Empresarial, juiz Luiz Roberto Ayoub, falou de sua experiência como transplantado renal. Ele apresentou breve histórico sobre a doação e agradeceu o “gesto humano” do doador, Marcelo Soares de Melo, presente à cerimônia. O magistrado também criticou a burocratização, que atrasa as doações.
“Fui transportado há exatamente oito meses e dez dias e, atualmente, estou muito bem, graças a um anjo. Tive a felicidade de ter três candidatos à doação de um rim, evitando assim a hemodiálise para tratar uma doença renal policística. Posso dizer que doar é um ato de amor. E, neste momento, coloco-me, oficialmente, à disposição do Tribunal para lutar contra a burocratização excessiva que atinge quem pretende doar e, muitas vezes, provoca a perda de vidas”, afirmou.
Fonte: TJ-RJ | Foto: Brunno Dantas